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Crônicas de Zephira Parte 3 - #000

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ZERO Os últimos acontecimentos da minha vida fizeram com que eu mudasse completamente a forma de enxergar muitas coisas, além de abrir os meus olhos para outras que nunca havia notado. Cresci em uma cidade pequena, onde não havia sonhos ou objetivos para uma pessoa qualquer. Após me mudar para a “cidade” algumas coisas mudaram, notei que as pessoas aqui trabalhavam em busca do que é popularmente conhecido por sonho, ou objetivo de vida. Coisas impossíveis, pensava, algumas delas possíveis apenas para classes mais ricas, isso mesmo, por incrível que pareça o mundo real é muito mais parecido com um jogo de RPG onde os humanos se dividem em classes, alguns nascem para a glória, outros nascem para a pobreza e miséria enquanto alguns não tem sonho algum e vivem o que é previamente definido pela política e mídia como padrão de vida.

Crônicas de Zephira 2 - #03

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Parte dois - Capítulo três Sem conseguir cem por cento de seu processamento e fazer upload com sucesso do novo plano Scott ficou alguns segundos observando o que estava acontecendo no antigo presídio. Aparentemente estavam bombardeando a entrada para tentar invadir o local. Tentou uma breve conexão com o segundo projeto, mas ele ainda estava desativado, seria os olhos dele do outro lado e facilmente resolveria tudo sem precisar acessar nenhum outro lugar.

Crônicas de Zephira 2 - #02

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Parte dois - Capítulo dois Com uma pancada forte no vidro grosso a expressão de espanto do cientista fez com que um palavrão pudesse ser ouvido quase do lado de fora da antiga prisão. Nas macas repousavam um homem, aparentando ter trinta anos com corpo jovial, pele bronzeada e cabelos amarelo escuro como o cobre, estava nu, mas não havia órgão onde deveria. Tudo lacrado como um boneco.  De onde Schultz estava podia ver que ele tinha as pernas longas e abaixo da cintura era possível ver que uma estrutura de metal desaparecia antes do joelho, o mesmo acontecia no peito subindo aos braços e haviam ainda algumas aberturas entre os braços, coxas e no centro do peito.

Crônicas de Zephira 2 - #01

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PARTE 2 - CAP. UM Vila Velha – 2011 Os pneus da pick-up s10 trepidavam no paralelepípedo do antigo bairro à beira mar, seu destino era uma entrega específica pouco antes do complexo penitenciário abandonado. Enquanto a encomenda, com etiqueta de frágil em todos os lados da caixa, saltava entre o painel e o banco almofadado o motorista olhava com atenção cada pessoa na rua. Em uma esquina e outra poderia estar o seu receptor. Entrou a esquerda numa distribuidora de bebidas com muro vermelho por todo o quarteirão e parou o carro na esquina observando o movimento. Da sua direita um rapaz jovem saiu de um beco o encarando friamente enquanto caminhava em sua direção, vestia jaqueta de moletom fechada e um gorro cobria parte de seu rosto enquanto uma das mãos segurava um cigarro nojento de maconha perto do fim.

Crônicas de Zephira 2 - #0

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ZERO O dia tinha sido longo e cansativo. Diana voltara da escola e seus pais logo a puseram para organizar toda a casa numa sexta-feira de muito sol, de meio dia às cinco da tarde tudo que passaram nas mãos da menina foram pano de chão, produtos de limpeza e todo o lixo recolhido pela casa. Às seis e meia ela estava sozinha, seus pais haviam saído para passar o fim de semana em uma cidade vizinha em comemoração ao aniversário de casamento que seria no sábado. Após guardar todos os produtos, vassoura e demais coisas a moça cansada tomou um banho quente e foi se deitar.

Crônicas de Zephira #5

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CINCO Já em casa tudo que ela precisava era dormir e tentar esquecer toda loucura daquela noite. Como fazemos quando alguma coisa dá muito errado e precisamos pedir ao mundo que vire a próxima página o mais rápido possível. Após um banho quente e roupas limpas Diana finalmente conseguiu sentar no sofá velho da sala com uma caneca quente de café nas mãos. Todas as lâmpadas apagadas, apenas o brilho laranja que entrava pela janela enquanto a moça observava algum ponto desconhecido do lado de fora entre uma e outra olhada para outro ponto desconhecido no teto. As dores ainda comiam suas costelas e as pontas dos dedos do pé ardiam pela corrida da noite, mas o que foi mesmo que aconteceu? Ela definitivamente não iria pensar em nada daquela noite, pelo menos tentava.

Crônicas de Zephira #4

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QUATRO Cansada e ainda sentindo as dores e todos os golpes daquela noite Diana estava confusa, não sabia exatamente o motivo de ter aceito tudo aquilo. A moça nunca foi tão religiosa assim para acreditar em coisas como revelação e vontade de Deus. Para ela aquilo pertencia a um mundo diferente, mundo que estava à beira de um colapso devido a atual forma de governo, porque entrar agora nele? Pensava a moça quando terminava de subir os degraus.

Crônicas de Zephira #3

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TRÊS A guerra cultural foi um movimento crescente que, com o passar dos anos tomou forma e invadiu as principais mídias do mundo. Muito bem disfarçada de apoio ao fim do preconceito de forma geral ela criou um conceito novo dentro da cultura que determinar que as diferenças não deveriam ser combatidas ou repensadas e sim aceitas. Isso soou muito bem para a população geral, algo como “aceite o seu próximo como a ti mesmo”, porém alguns grupos religiosos sofreram tanto com esta guerra que mensagens sobre a vida e a maneira como devemos leva-la foi aos poucos apagadas da igreja. A igreja por sim mesma tentou estabelecer um ponto médio ensinando que Jesus condena o pecado, mas ama o pecador, mas as pessoas queriam mesmo continuar sendo amadas pela religião, ainda que amando os seus próprios pecados. Assim toda igreja a partir de 2020 ensinava a salvação geral, não importando o que você fazia ou deixava de fazer. Com isso as poucas igrejas que não se preocupavam com a mensagem bíblica...

Crônicas de Zephira #2

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Dois O suspiro de Diana provavelmente o teria assustado. Sentou-se no sofá com as mãos no rosto como que esperando ser apenas parte de um sonho, pesadelo ou visão, qualquer coisa que não fosse a realidade. - Sim, estou aqui ainda… diferente da sua visão… - disse a voz doce da menininha ainda parada na porta do banheiro – Pode me emprestar alguma coisa para me enxugar? Estou molhando seu tapete, acho… - Diana olhou novamente acreditando que ela realmente estava lá. Aquela estranha sensação de quando estamos na dúvida se o que está acontecendo é real ou não. - Você também viu? – Perguntou com uma das mãos tapando a boca com medo da resposta. Estava em seu apartamento, até aí tudo bem, mas aquela menina nunca esteve lá. - Sim! Não por aqui, mas da quarta camada sim, pude ver quem era… já pode me pegar alguma coisa para me secar? Ah sim, acho que você vai precisar de um banho também, vamos sair daqui a pouco… - Diana simplesmente desistiu das perguntas, não podia ficar pior ...

Crônicas de Zephira #1

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UM Um forte barulho de água caindo do chuveiro fez com que Diana despertasse de um terrível sono, sua cabeça estava para explodir e ela fora forçada a abrir os olhos para entender onde estava e o que havia acontecido. Do lado de fora a noite ia consumindo o resto do dia, os postes já iluminavam sozinhos as ruas e suas poças espalhadas por todo canto da rua esburacada, um tom laranja que lembrava mais uma fotografia sépia mal configurada relembrando cada vez o cenário apocalítico a qual a humanidade se aproximava. Naquele mesmo ano uma lei entrava no congresso da região UM para votação sobre a mudança completa de fuso horário, onde as pessoas trabalhariam na parte da noite e descansariam a parte do dia, devido ao aquecimento acelerado do aquecimento global. Pessoas morriam cada vez mais jovens de câncer de pele e outras doenças.

Crônicas de Zephira #0

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Zero A história que vou lhe contar não tem precedentes, ninguém sabe onde surgiu ou de quem surgiu. Ninguém sabe bem se é uma história de muitos e muitos anos atrás ou se ela ainda irá acontecer… conta-se sobre que uma menina ainda aos doze anos de idade, em uma cidade do interior de Minas Gerais. Certa vez caminhando sobre os trilhos do trem que cruzava a cidade e que passava sempre às três da tarde foi surpreendida de tal forma que aqui ficaria marcado não apenas para ela, mas para toda uma geração. Esta história, repito, é comentada e não sabemos exatamente de onde ela surgiu, sei apenas o que vou lhe contar agora…