Para que viemos? - Série: Palavras do Mestre 07
Para que viemos?
Um dos trechos que mais gostei de escrever em “A quarta
camada” ou como está entrando no blog agora “Crônicas de Zephira” retrata o
momento em que nosso personagem principal ou a personagem principal (no caso de
Crônicas de Zephira) recebe parte de sua missão após ser chamada por Cristo
para a salvação. Com uma missão de busca e esclarecimento foi definido que
todos os personagens da história estão lá para fazer com que a mensagem do
evangelho fosse pregada a fim de que outras pessoas fossem chamadas por Jesus. Isso
baseando-se no que vemos nos evangelhos, em atos e em todas as cartas escritas
para as igrejas que mostram o quanto Jesus deseja espalhar as boas novas do
evangelho, não importando o quão difícil isso se pareça. O pensamento de Jesus
faz muito mais sentido do que muitos tem aprendido por aí, e em seus últimos
momentos ele parecia um pouco mais preocupado com estas informações.
Mateus registra um tipo de ensino crescente no final de seu
livro, nele Jesus ensina como seria os últimos dias falando sobre a
ressurreição dos mortos, a perseguição da igreja, os últimos acontecimentos que
abalariam a própria igreja e alguns ensinos sobre a vigilância constante
durante esta época. O mais interessante é que ele estava se referindo a esta
época, mesmo que aqueles ensinamentos também fossem aplicados anos mais tarde
após sua ressurreição. Vemos hoje como estes ensinos fazem total sentido. As
coisas vão caminhando a passos largos para o fim e Jesus não nos deixou sem
informações. As informações que estudaremos hoje tratam do motivo pelo qual eu
e você fomos chamados. Afinal para que estamos aqui hoje? Sei que a maioria de
vocês irá dizer que estamos aqui para adorar ao nosso Deus, com estas mesmas
palavras (as mesmas de sempre). Porém há um detalhe em ser cristão não apenas
ignorado pela igreja do nosso século, mas rejeitada pela grande parte de seus
membros, e isso representa um enorme perigo!
O mestre dos mestres nos ensina sobre nossa missão aqui na
terra com uma parábola que além de difícil compreensão revela severidade
naquilo que Deus espera de cada um de nós, isso é tão sério que divide opiniões
em todas as partes do mundo, principalmente sobre o resultado final de cada
parte da parábola, nós, pelo contrário somos levados a entender e crer naquilo
que é registrado sobre nosso Senhor. Certa vez ele começou este ensino assim:
“E também [o Reino de
Deus] será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e
confiou-lhes os seus bens. ” (Mateus 25.14 – NVI)
Após alertar os discípulos para que não estivessem despreparados
no dia de sua vinda ou não se cansassem de esperar, Jesus volta a retratar sua
morte e ressurreição em mais uma parábola. Agora ele se mostra como um homem
que partiu de viagem e deixou seus bens com três tipos diferentes de servos.
Antes de continuarmos gostaria de lembrar que o texto mostra que ambos servos
eram seus! Não eram desconhecidos, eram servos a seu serviço. Isso é importante
porque a finalização dessa parábola tem sido aplicada a pessoas que não
conheceram o evangelho sempre que é citada, enfim, este homem “precisou” fazer
uma viagem e teve de deixar seus talentos com três servos. Cada um recebeu uma
quantidade diferente, mas a nenhum deles foi reduzida a parcela de
responsabilidade.
“A um deu cinco
talentos [o equivalente ao salário de cem anos]; a outro dois; e a outro um – a
cada um de acordo com a sua capacidade. E então partiu.” (Mateus 25.15 – Bíblia
Judaica Completa [BJC])
A parábola continua até o versículo 30 e vemos que cada um
dos três receberam respectivamente cinco, dois e um talento. Usado aqui para
representar o peso e a responsabilidade do evangelho entregue por Jesus a nós,
que fomos chamados e despertos para a salvação. E sua preocupação foi
justamente sobre o que faríamos com este talento. O que estamos fazendo com o
que recebemos de Jesus? Os dois primeiros servos fizeram com que sua parcela
fosse duplicada. Eles negociaram e tiveram um resultado excelente para o dono
daquele “dinheiro”, enquanto um que recebeu apenas um talento agiu de maneira
inusitada e ao mesmo tempo parecida com que temos hoje. Ele simplesmente
enterrou o que recebeu, não dividiu com outras pessoas e não negociou com
ninguém, ou seja, ele estacionou no tempo justificando o medo.
A seriedade de Jesus é tão grande que vemos aqui ele
afastando, lançando ao inferno, um servo que por medo não fez nada com o que
lhe foi confiado. Este mesmo medo faz com que pessoas ainda hoje estacionem na
fé. Recebem muito ou até pouco e não tem coragem de fazer algo útil para o
reino de Deus. O que o mestre quer nos ensinar é que precisamos fazer com que
aquilo que Deus deixa conosco seja repassado para outras pessoas, para que
dessa maneira o seu próprio reino cresça, é o que chamamos de evangelismo e
missão em nossos dias. Bom, sabemos que Deus nos dá muito mais do que merecemos
e agora ele nos deixa esta mensagem. Não recebemos apenas para nós, precisamos
fazer com que isso cresça a ponto de que outras pessoas também tenham acesso,
digo isso sobre todas as coisas que Deus nos deu, nos dá e nos dará. Temos esta
responsabilidade com o evangelho, nós, não missionários formados ou pessoas
estudiosas, todos nós fazemos parte desse movimento sobre o qual seremos também
cobrados. Talvez você esteja confuso sobre como e o que fazer, iremos analisar
dois textos bíblicos adicionais para ver como Ele mesmo fazia e como Ele mesmo
pede que façamos.
A Missão do mestre
A própria missão de Jesus nos dá uma direção quando o
assunto é cumprir aquilo que ele mesmo espera de nós, este ponto é relevante e
importante, principalmente em nossos dias em que várias mensagens diferentes
são pregadas e outras vão sendo criadas e desenvolvidas para alcançar novas
pessoas, porém quase nenhuma delas representa aquilo que Ele mesmo fez, vemos
isso descrito por Marcos da seguinte forma:
14 Depois que João foi
preso, Jesus foi para a Galiléia, proclamando as boas novas de Deus. 15 "O
tempo é chegado", dizia ele. "O Reino de Deus está próximo.
Arrependam-se e creiam nas boas novas! " 16 Andando à beira do mar da
Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando redes ao mar, pois eram
pescadores. 17 E disse Jesus: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de
homens". (Marcos 1.14-17 - NVI)
A primeira mensagem de Cristo ao mundo foi o “tempo é
chegado; O Reino de Deus está próximo; arrependam-se” e representa uma
diferença enorme com o que vemos para hoje atrair novas pessoas. Ou seja, Jesus
apenas informa que o Reino de Deus estaria próximo e que os ouvintes deveriam
se arrepender para entrar nele enquanto que o mais comum hoje em dia é apresentar
vantagens para entrar nesse “reino”, sem nenhum apelo para o arrependimento a
mensagem da cruz hoje é vendida com marketing para que as pessoas creiam que
estão entrando numa espécie de pirâmide espiritual. Precisamos entender também
que o que Jesus estava dizendo sobre o tempo que é chegado se refere ao tempo
em que Deus estaria com eles para reinar. Era o que temos hoje sobre a volta de
Jesus. Jesus estava dizendo que o tempo de Deus reger o mundo como antigamente
estaria próximo, ainda que eles não compreendessem por completo que isso não
seria nesse mundo e nem naquele mesmo dia. Quero dizer que a mensagem de Jesus
era desde o inicio para que arrependêssemos para entrarmos no céu, isso e
apenas isso.
Vemos também que logo após a mensagem do arrependimento ter
sido pregada Jesus já chama pessoas para pescar outras pessoas! Mas onde estão
as vantagens Jesus? Porque eu deveria largar os meus afazeres para “pescar”
outras pessoas? Não houve nem sequer uma pergunta, ao ouvir a voz do mestre
Simão e André o seguiram e obedeceram. Todo o restante de sua mensagem, de seu
evangelho demonstrou que ele não visava trazer benefícios aqui. Porém ele
garante a entrada no Reino para aqueles que esperam até o fim. Ser cristão
exige desde o início coragem! E decisão! Claro que recebemos tudo isso quando
somos libertos, quando ele mesmo nos chama das trevas passadas para a luz. O
que vamos fazer com estes tesouros pode sim definir muito o futuro.
Talvez você pense que vivemos um tempo diferente de quando
Jesus começou a pregar, mas isso é muito irrelevante. Quando ele mesmo saiu
anunciando as novas do evangelho João acabara de ser preso e após um curto
período de tempo morto por ter denunciado o pecado de Herodes. Estamos falando
de tempos perigosos para o evangelho de Jesus. Talvez muito mais do que vivemos
hoje.
Após sua morte e ressurreição todos os discípulos foram perseguidos e
mortos, eles não teriam motivos para ter coragem nos tempos de Jesus, não fosse
o conhecimento que eles tinham sobre o efeito da pregação do evangelho nunca
teriam desistido de tudo para se entregar a uma missão assim. Você sabe o que é
isso? Já parou para pensar se esses mensageiros sabiam algo que você não sabe,
que provavelmente seria o motivo de eles terem entregue tudo assim, sem
questionar?
Portanto caso você ainda tenha dúvida, Ele nos chama para
pregar as boas novas do céu. Significa pregar que em breve ele virá nos buscar
e estaremos todos com ele para sempre. Uma vida com Deus sem fim! Esse era o
evangelho puro e verdadeiro que Jesus morreu por pregar, pode não parecer mas
crer que Jesus volta implica em diversas coisas, começando pelo fato de que
para estarmos com Ele é necessário estarmos desligados de outras coisas que
poderiam atrais a nossa atenção mais do que precisamos. E essa problemática faz
com que muitas pessoas não queiram estar com ele e aos poucos desistem do céu.
Ide, de graça e pela
graça
Sabemos o que Jesus pregava e consequentemente o que devemos
pregar, o segundo maior detalhe que resolve o “O que, como e onde” se refere a
como fazer o que ele mesmo nos ensinou, para isso vamos usar um dos trechos
perdidos de Mateus, onde Jesus estava ordenando doze discípulos para que fossem
pregar as boas novas do Reino, em suas palavras:
"Yeshua enviou os
doze com as seguintes instruções: "Não entrem no território dos goyim
[gentios ou pagãs], nem entrem em qualquer cidade Shomron [Samaria ou
Samaritana], em vez disso, vão às ovelhas perdidas da casa de Yisra'el. Por
onde forem, proclamem esta mensagem: "O Reino de Deus está próximo",
curem enfermos, ressussitem mortos, purifiquem afligidos por *tzara'at,
expulsem demônios. Vocês receberam de graça, portanto deem sem pedir pagamento."
(Mateus 10.5-8 - BJC)
Uma mensagem rodeada pela graça e uma salvação completamente
entregue pela graça de um Deus que teria todos os motivos para dar um reset na sua
criação precisa por obrigação alcançar outras pessoas completamente de graça,
exceto quando há custos de produção. Digo isso porque muitos não crentes dirão
sobre os valores de coisas cristãs como bíblias, hinários e etc.. Estamos nos
referindo à mensagem, às boas novas desse Reino. Estas precisam ser totalmente
entregues, Jesus disse também sobre milagres e favores, ambos devem ser
gratuitos quando estes vêm do Reino de Deus. Sabemos que outras mensagens e
outros milagres são cobrados, são criados shows da fé para arrecadar altas
quantias em dinheiro e todo o movimento chamado “espiritual” em um ambiente
assim é cobrado, mas estes não são os mesmos pregados por Jesus. Ele ensina que
devemos falar do amor Deus, chamar as pessoas ao arrependimento para entrarem
em seu Reino e se precisar fazer alguma coisa, que seja feito de graça. Assim
como ele mesmo fazia.
Certo dia vi um exemplo dentro do ônibus, um senhor por
volta dos setenta anos parou ao lado de uma jovem e começou a conversar com
ela, pude ouvir pouco, mas fiquei impressionado. Ele dizia sobre como Deus nos
ajuda, como nos faz bem e algo sobre o que ele tinha para nossas vidas. Esse tipo
de mensagem, direcionada a uma pessoa pode não parecer muito, mas aquela jovem
não dormiu naquele dia sem pensar em Jesus. E isso faz com que desejemos ele e
pode fazer com que ele nos chame na hora certa.
Sabemos de todas as dificuldades para falar de Deus em nosso
século. Aos poucos a religião se torna algo antigo, ultrapassado e pertencente
a pessoas não evoluídas. São essas imagens que o mundo implantará sobre a
religião mesmo, fazendo com que o novo mundo se afaste ainda mais da mensagem
do evangelho e cada vez mais se volte para si ou para um outro propósito carnal,
humano e temporário. Mas não era diferente de quando Jesus nos ensinou estas
coisas, as pessoas também brigavam por outras mensagens e ideologias. Eram perseguidos
por dizer a verdade e todos foram mortos por isso. Mesmo assim o ensino do
mestre chegou até mim e você, e precisa chegar até outras pessoas o quanto
antes. Temos irmãos que ainda não foram chamados, pessoas que ainda não estão despertas
e aguardam o nosso cumprimento do que o Mestre nos ordenou.
Portanto não tenhamos medo, aliás, temamos aquele que nos
enviou que, apesar de seu enorme amor para nos chamar à salvação nos deu a
simples, mas importante missão de fazer com que essa mensagem chegue até outras
pessoas, multiplicando assim o que nos foi confiado. Entenda esse capítulo como
mais um dever de casa e não tema os resultados, apenas busque trabalhar para
que isso aconteça, seja hoje ou em outra época, precisamos apenas estar
dispostos a fazer com que a mensagem chegue, o resultado não depende mais de
nós.
Busquemos assim as ovelhas perdidas do nosso bom pastor!
*Observação: tzara'at:
zaraat (em hebraico: צרעת, e numerosas variantes de transliteração em Português
incluem tzaraas, tsaraas e tsaraat) é uma condição desfigurativa referida nos
capítulos 13-14 de Levítico. Tzaraat afeta tanto objetos animados como objetos
inanimados. A Torá examina que o tzaraat que aflige o homem, vestimentas e
casas. Como não existem sinônimos de tzaraat em outras línguas, a Septuaginta,
a primeira tradução da Mikra destinada para os gentios, deu uma tradução de
lepra e tem sido consequência traduzida como hanseníase (com a qual lepra
cognata) pela maioria das bíblias cristãs. Alguns sugerem que qualquer conexão
entre tzaraat e hanseníase é completamente errada, porque tzaraas afeta não
apenas as pessoas, mas também vestimentas e casas.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Tzaraat)
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