O Apocalipse do século XXI - parte 1
A forma como aprendemos sobre o apocalipse é no mínimo
fantástico, não num bom sentido e sim no sentido de se parecer mais com uma
história de R. R. Tolkien do que com algo real que poderia acontecer. Foi a
mesma coisa comigo durante toda minha vida na igreja.
Na verdade, hoje em dia não existem muitas igrejas falando
sobre os acontecimentos, as ordens e doutrinas a respeito do apocalipse, o que
me faz parecer mais como um das antigas (e realmente eu sou) por ainda me
preocupar em estudar e aprender sobre essas coisas estranhas a respeito da
salvação, criação e também o apocalipse. A muito tempo eu não ouço algo que
faça sentido a respeito dos últimos dias na Terra, e é sobre algumas novas
descobertas que eu quero conversar com você. Desde já digo que não são novas
descobertas minhas, o que eu descobri estudando já existe a muitos anos, só não
foi divulgado como merecia até agora.
Então vou colocar nesta postagem apenas dois aspectos do
apocalipse que muitos conhecem de outras maneiras e que eu descobri com maior
sentido dentre todas ensinadas por aí afora.
1 – As duas
bestas
Primeiro aprendemos que as bestas eram pessoas que governariam
contra Deus, isso a muitos anos atrás. Depois surgiu a ideia de que eram o país
Vaticano e o catolicismo, nunca fez muito sentido para mim também, mas muitos
acreditavam e ainda acreditam. Outros dizem que a besta é o governo dos Estados
Unidos e isso por um tempo fez sentido sim, mas no contexto geral não me
convenceu de que a besta poderia ser um país. Foi então que entendi muito bem
como ler este texto.
O problema com ele é que para compreender precisamos
entender uma parte anterior a ele. Para isso você precisa entender Apocalipse
do capítulo 12 até o 13. Porém aí existem mais problemas de compreensão. Isso
porque enquanto a gente achar que aquela mulher era Maria ficará mais difícil
compreender o mistério dos dois capítulos. Portanto faz mais sentido que esta
mulher seja a igreja no mundo, que foi perseguida e precisou fugir para não ser
destruída.
“Apareceu no céu um
sinal extraordinário: uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés
e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava de
dor, pois estava para dar a luz.” (Apocalipse 12.1-2 - NVI)
Neste momento João viu de forma figurada a própria igreja
pouco antes de nascer essa “luz”. Não temos conteúdo suficiente para acreditar
que ela era simplesmente Maria, mesmo que ela tenha sido importante para tudo o
que aconteceu. Porém, também não podemos definir que essa mulher era a igreja
como parte física no mundo porque sabemos que a sequência não faz sentido
também. O mistério está aí, Jesus não estava se referindo a uma mulher grávida,
me parece que ele ajuntou grandes pontos da história e compactou num relato
pequeno, algo que só a bíblia consegue fazer. Esse efeito está inserido na
bíblia em todas as partes e eu nunca vi ninguém fazer igual. Veja o que ele
compactou nos dois primeiros versículos:
O sinal extraordinário no céu era nada menos do que o próprio Deus. A mulher era a igreja que estava sendo perseguida, não apenas no passado e sim no presente e futuro. O sol era sim Jesus e ele viria ao mundo através da igreja física, a coroa de doze pontas pode indicar as doze tribos de Israel espalhadas na Terra ou os doze primeiros apóstolos. Após esse acontecimento inicia-se uma guerra entre o diabo e a igreja. Ele persegue ela até que é derrotado na cruz e após isso inicia-se a história das duas bestas onde vemos a primeira recebendo autoridade do próprio diabo.
“Vi uma besta que saía
do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças, com dez coroas, uma sobre cada
chifre, e em cada cabeça um nome de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a
um leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. O dragão deu
à besta o seu poder, o seu trono e grande autoridade. ” (Apocalipse 13.1-2
– NVI)
Faria sentido acreditar que esta besta representa algum
governo isolado. Talvez uma grande potência mundial. Porém esse efeito já
aconteceu diversas vezes na história da igreja desde que a carta foi escrita e
para aceitar isso como prova final teríamos de aceitar pelo menos seis bestas,
mas o apocalipse só fala de duas. E isso é fantástico, porque Jesus sintetizou
não apenas um governo, mas um modelo inteiro de governo que iria crescendo até
os dias de hoje e que continua crescendo. Para ficar mais fácil entender você
precisa conferir que João está usando outro texto bíblico para explicar o que
ele está vendo, e o mais confuso é que a referência dele é outra visão. Não
sabemos ao certo o que ele conseguiu ver, mas foi algo muito mais complexo do
que está escrito. O que ele disse sobre a aparência da besta se encontra em
Daniel 7. E foi usado para falar sobre grandes potências mundial, que hoje não
existem mais como era descrita em Daniel, porém, algo que eles começaram e
evoluiu até os dias de hoje dá uma forma a esta primeira besta. Poderíamos
entender esta besta como a construção política e social derivada destes reinos
antigos. São as tradições, impulsionadas pelo poder maligno dado a elas que
formaram um monstro capaz de ultrapassar todas as fronteiras de tempo e espaço
e ser vistas tanto no passado quanto no futuro. Por isso ela veio do mar, era a
única forma de se espalhar pela Terra quando o texto foi escrito. Isso me
lembra ainda mais um movimento chamado iluminismo, que foi uma grande novidade
para a época e conseguiu conquistar diversas pessoas com seus ideais e se
encaixa bem no texto quando ele diz que as pessoas ficaram maravilhadas com a
chegada desta besta.
O iluminismo seria tão viável que se encaixa perfeitamente
na seguinte passagem:
“Uma de suas cabeças
parecia mortalmente ferida, mas a ferida mortal fora curada.” (v. – BJ)
Este movimento – e isso é uma teoria minha – tentou de todas
as formas fazer com que a religião não fizesse sentido lógico e cientifico e
como ninguém consegue provar Deus usando estes dois meios ela simplesmente
desmentiu a existência de Deus e todos os seus efeitos. Porque esse pensamento
faz sentido? Porque esta ferida estava na cabeça, centro de nossa mente,
pensamentos e símbolo da sabedoria também. E o iluminismo transformou grande
parte do que temos hoje sobre o cristianismo, ele fez com que as pessoas
pensassem na lógica do evangelho antes de o aceitar e sabemos que Jesus mesmo
ensinava que o evangelho não era algo que pertencia a lógica humana e sim a
lógica divina.
Portanto, a primeira besta é o sistema político e social que
cresceu até os dias de hoje derivado daqueles povos citados no livro de Daniel.
Ele é blasfemo, ensina coisas que Deus abomina e aceita coisas que ele não
aceita e começou um movimento bem explicado no texto: “Ela abriu então a boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra o
seu nome, sua tenda e os que habitam no céu. Deram-lhe permissão para guerrear
contra os santos e vence-los; e foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo,
língua e nação.” (v. 6,7 – BJ)
Outro detalhe importantíssimo é que os que adoraram a
primeira besta são os “habitantes da
terra cujo nome não está escrito desde a fundação do mundo no livro da vida do
cordeiro imolado. ” (v. 8 – BJ) OU seja, os participantes que a adoraram
são os não salvos, aqueles que não estão escrito no livro da vida desde o
início.
Cresceu bastante e está totalmente ativo hoje ainda, mas o
texto ensina que ele deve morrer. Ou seria isso um indicativo de esse movimento
simplesmente perderia o destaque para o próximo? Chamado de segunda besta?
E a segunda besta? O que sabemos sobre ela?
Bom, até hoje eu não conheci muita coisa sobre a segunda
besta do apocalipse, até porque as pessoas geralmente pulam da primeira para o símbolo
da besta e ela fica meio que perdida. Até mesmo pesquisas realizadas na
internet, a mãe de todas as heresias, apontaram o mesmo resultado. Pouco se
fala sobre a segunda besta, sorte termos em mãos a Bíblia para pensarmos um
pouco sobre ela. Vejamos então onde ela insere a segunda besta:
“Vi depois outra besta
sair da terra: tinha dois chifres como um Cordeiro, mas falava como um dragão. Toda
a autoridade da primeira besta, ela a exerce diante desta. E faz com que a
terra e seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora
curada. Ela opera grandes maravilhas: até mesmo a de fazer descer fogo sobre a
terra, à vista dos homens. Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar
na presença da besta, ela seduz os habitantes da terra, incitando-os a fazerem
uma imagem em honra da besta que tinha sido ferida pela espada, mas voltou à
vida. (Apocalipse 13.11-14 – BJ)
Esta segunda está a trabalho da primeira, que foi curada de
um ferimento mortal, portanto a primeira besta não está morta aqui. A palavra
morta pode se referir ao esquecimento ou simplesmente ela se tornou tão comum
que não causa mais impacto, ou quando alguma coisa se torna tão comum que não
notamos mais. Diferente da primeira esta segunda se parece santa, uma referência
ao “cordeiro” ou seja, a Jesus, mas fala como o dragão, satanás. Esta segunda
também faz milagres e opera maravilhas. João aqui usa o texto “fazer descer fogo sobre a terra” se
referindo ao milagre que Deus fez descrito no velho testamento:
“Respondeu Elias:
"Se sou homem de Deus, que desça fogo do céu e consuma você e seus cinquenta
soldados! " De novo fogo de Deus desceu do céu e consumiu o oficial e seus
soldados.” (2 Reis 1:12 - NVI)
E
"Então o fogo do
Senhor caiu e queimou completamente o holocausto, a lenha, as pedras e o chão,
e também secou totalmente a água na valeta. Quando o povo viu isso, todos
caíram prostrados e gritaram: "O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! "
(1 Reis 18:38,39 - NVI)
Ou seja, a segunda besta terá aparência de uma religião
verdadeira. Ela fará milagres, parecerá como Jesus, mas suas palavras são as de
um dragão. O que podemos pensar a respeito dessa última pista? Simples. A segunda
besta é a manifestação das falsas religiões, que após a ressurreição de Jesus
começaram a se multiplicar de forma rápida e enganando cada vez mais pessoas. São
aquelas igrejas que se parecem cristãs, mas são guiadas pela primeira besta e
pela vontade do dragão, o satanás. E Jesus também falou sobre isso no registro
de Mateus, acompanhe:
“Então eles os
entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados
por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão
escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas
surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos
esfriará, 13 mas aquele que perseverar até o fim será salvo.” (Mateus
24.9-13 - NVI)
Fazer um texto se encaixar no outro com o mesmo assunto é o
que dá sentido a uma explicação, isso conta muito quando vamos interpretar
alguma coisa. Aqui não é diferente, Jesus estava justamente dizendo a mesma
coisa que mostrou a João anos mais tarde e isso valida o pensamento de que esta
segunda besta será o movimento dos falsos profetas, ou seja, daqueles que
pregam o mundo e as coisas referentes a ele como se fosse uma urgência do
evangelho. Algo bem comum na nossa época, ou ainda como no passado quanto pregaram
coisas aparentemente cristãs, mas retiradas de religiões pagãs. Acompanhe o que
Eugene H. Peterson escreveu em uma nota sobre as duas bestas:
“Se o plano do diabo
for separar o nosso comportamento e nossa crença da obediência a Deus, a
política será um campo no qual ele coloca suas tropas de prontidão. As bestas
do mar e da terra são imagens que João usa para mostrar como o satânico
trabalhará secretamente nas áreas do governo e da religião. Com a besta do mar,
o dragão nos assustará até a desobediência (“para guerrear contra o povo santo
de Deus e vencê-lo [v.7]). Com a besta da terra, ele nos ludibriará até a
ilusão (“para enganar os habitantes da terra” [v.14]). Os respectivos podes das
bestas – intimidar e ludibriar – são contra-atacados pelas palavras de
admoestação que João escreve a seus párocos. Depois de apresentar a besta do
mar em sua violência, João aconselha “o povo santo de Deus permanece firme, com
paixão e fidelidade”. (Bíblia de Estudo – A mensagem – Editora Vida)
Fiquemos, portanto, de prontidão para o que acontece não
apenas no mundo, mas também na religiosidade que tem conquistado muitos hoje em
dia. É notável que o evangelho continue com a mesma mensagem, sem novos
fundamentos ou ideologias carnais, sem isso ele se torna parte do movimento da
besta, o mesmo descrito por João e presente desde os registros de Atos. E por
muitas pessoas se apaixonarem por esse estilo bestial de evangelho, disfarçado
de cordeiro e pregando as coisas do dragão que surgiu a tão famosa marca da
besta, nosso próximo tema.
2 – A marca
da Besta
De código de barras a cpf, a marca da besta já foi tão confundida
que a gente não sabe mais em que acreditar quando se fala nela. Parece até
mesmo uma piada interna porque todo dia surge uma nova notícia “cristã/falsa”
sobre a implantação do chip da besta com as mesmas funções dos documentos que
usamos todos os dias tais como identidade, cpf, cartão de crédito e tal. É tão
inocente acreditar que um documento ou uma marca representará a besta que até
mesmo os ateus se recusariam a aceita-la sabendo que é a marca da besta. Os não
crentes quando souber que essa marca será um chip certamente não aceitarão,
mesmo não crendo em Jesus e isso vai fazer com que todo o restante da revelação
seja jogado fora.
Não, não. A marca da besta não pode ser uma coisa, um objeto
que pode ser jogado fora ou retirado de forma simples. O que João estava dizendo
era que esta marca estaria naqueles que adorassem as duas bestas, não foi algo incluído
a força, como no caso do chip ou do código de barras. Seria simples demais
imaginar uma fila onde as pessoas fossem obrigadas a receber tal objeto e sair
comprando com ele. Isso não daria crédito ao texto e à sabedoria divina.
Uma marca é algo que define alguém, não precisa ser
exatamente um desenho ou um objeto. Pode ser algo relacionado a alguém, uma
maneira de fazer as coisas ou uma forma de pensar. Por exemplo, uma das marcas
do crente verdadeiro é o amor ao próximo. Não encontrei ainda nenhum deles
marcados na testa com algum símbolo ou um documento de identidade própria para
isso, mas essa é uma marca que define um crente. Eu mesmo posso me citar como
exemplo, estou o tempo todo pensando em religião e cristianismo, logo essa é
uma marca minha, algo que me define e pode fazer você se lembrar de mim com
maior facilidade. Quem é o Devair? Aquele que fica falando sobre religião e
tecnologia, simples!
Começar a definir pessoas por marcas visíveis fez com que
milhares de pessoas tatuadas fossem taxadas de vagabundos, perigosos e coisas
no tipo. Porém são pessoas comuns, com tatuagens, e elas dificilmente definem o
caráter de alguém, no máximo representam algum momento importante de suas
vidas. E se aceitarmos que o cartão de crédito é o símbolo da besta estaremos
condenando 99,9% das pessoas ao inferno… porém ninguém até hoje morreu por não
querer ter um cartão de crédito. Vamos então ao texto a respeito da marca:
“Foi-lhe dado até
mesmo infundir espírito à imagem da besta, de modo que a imagem pudesse falar e
fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da besta. Faz também
com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam
uma marca na mão direita ou na fronte, para que ninguém possa comprar ou vender
se não tiver a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui é preciso
discernimento! Quem é inteligente calcule o número da besta, pois é um número
de homem: seu número é 666!” (Apocalipse 13.15-18 – BJ)
Nadando contra a maré, foi a forma mais simples de chegar ao
resultado da marca da besta. Se o mundo estará contaminado com as ideias da
primeira besta e a ideia de religiosidade da segunda besta quem não pensar da
mesma forma estará fazendo exatamente isso, nadando contra a maré. Hoje mesmo
no Brasil já se pensa que nenhum empresário consegue o sucesso sem burlar as
leis ou fazer alguma coisa errada para chegar lá. E do outro lado temos o
pensamento de um deus de prosperidade, onde se faz coisas não descritas na
bíblia para obter o sucesso, tudo isso mascarado de coisas boas e santas. A marca
aqui se refere a costumes das pessoas que adoram as duas bestas, que optam
pelos padrões dela e isso as definem, assim quem nadar contra a maré vai passar
por grandes dificuldades para conseguir o que precisa, desde o básico até o
desejado. Importante ainda é notar que esta marca está presente em todos os
níveis sociais e o fato de ter um nome e um número mostra que ela é visível em
todas as formas de linguagens, letras e números. O fato de estar presente na
mão direita e na testa mostra que estas pessoas pensarão e agirão de acordo com
os ensinos das duas bestas.
Essa marca também é o descompromisso com Deus e a aceitação
cada vez maior ao mundo e ao sistema humano, isso é visível dentro de igrejas
que ainda pregam a mensagem do evangelho como foi descrita nos livros da bíblia
e refletido na grande aceitação de templos com evangelhos diferentes, mas
disfarçados de cristianismo. Assim aqueles que estavam na igreja, mas não eram
crentes vão aos poucos se afastando de Deus e tomando os seus lugares para a
grande tribulação, enquanto os que permanecem nos ensinos de Jesus começaram a
notar certa dificuldade em obedecer ao que aprendeu e aplicar nos negócios, na
família e até mesmo dentro de suas igrejas. Este é o início de uma grande
tribulação dividida por dois lados.
Logo você não precisa apresentar o seu chip para ser
reconhecido como adorador da besta, basta observar o seu comportamento, suas
prioridades para notar que você já a adora a muito mais tempo do que percebeu.
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