É pecado cobrar para pregar?

É PECADO COBRAR PARA PREGAR OU PARA MANTER O MINISTÉRIO?


Um inscrito do canal fez um comentário interessante, vale a pena pensar um pouco sobre as questões trazidas:

Comentário:

"Interessante que João Batista pregava no deserto e jamais pediu DINHEIRO por suas palavras ou batismo então vem esses COMERCIANTES e querem fazer DINHEIRO com as pregações que não são deles"

Resposta:
Essa questão é interessante, e sempre aparece quando falamos sobre o valor do evangelho em um mundo onde tudo parece ter preço. Muitos acham que cobrar por algo relacionado à pregação da Palavra é um desrespeito ao que Cristo ensinou, já que Ele mesmo disse aos discípulos: “de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8). No entanto, é importante colocar isso em contexto, pois Jesus estava falando especificamente do dom de curar e expulsar demônios, e não de sustentar um ministério de longo prazo ou prover meios para que o evangelho continue sendo espalhado.

Vamos considerar primeiro o trabalho ministerial. O apóstolo Paulo é um bom exemplo para nos guiar aqui. Ele, em algumas ocasiões, trabalhou como fazedor de tendas para não ser um fardo às igrejas (Atos 18:3), mas ele também deixou claro que "digno é o trabalhador do seu salário" (1 Timóteo 5:18), citando a Lei de Moisés, onde até mesmo o boi que debulha deveria comer do grão que está trabalhando (Deuteronômio 25:4). Isso significa que os ministros do evangelho têm direito a ser sustentados por aqueles que são abençoados por seu trabalho.

Agora, quanto à venda de livros e Bíblias, precisamos ter em mente que os materiais têm custo. Publicar, imprimir, distribuir—tudo isso demanda recursos. Se alguém está vendendo um livro cristão, desde que o preço seja justo e acessível, isso não é um "comércio da fé", mas uma forma de disponibilizar conhecimento. Além disso, a venda de uma Bíblia não desvaloriza a Palavra de Deus. Pelo contrário, é um meio de tornar o evangelho acessível. Se pensarmos bem, vender uma Bíblia é como vender uma ferramenta essencial para a vida espiritual. O que realmente deve nos preocupar não é a venda em si, mas a intenção do coração.

A crítica, muitas vezes, vem de uma visão distorcida de que o dinheiro, por si só, corrompe. Mas o problema está no amor ao dinheiro (1 Timóteo 6:10), e não em utilizá-lo para avançar o Reino. A obra de Deus precisa de recursos, e cada ministério legítimo que usa esses recursos para sustento e expansão tem seu lugar dentro do plano divino.

No fim das contas, a questão não está apenas em "cobrar" ou "não cobrar", mas no coração do ministério. O evangelho não deve ser uma ferramenta de exploração ou ganância, mas quando o propósito é glorificar a Deus e alcançar vidas, há justiça e sabedoria em utilizar os recursos de maneira equilibrada.

Agora, você já parou para refletir sobre como a Igreja seria sustentada sem que seus membros assumisse a responsabilidade de contribuir? Será que Jesus não teria também nos dado o exemplo de generosidade, pedindo-nos que sejamos sustentadores e não apenas consumidores?

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