SOLUS CHRISTUS - O GRITO DA REFORMA PARA O SÉCULO XXI

Textos usados:

  • Ez 8.5;
  • At 4.12;
  • Lc 24.44-48;
  • Jo 1.1-3;
  • Rm 11.36;
  • 1Tm 2.5,6.

Introdução

Você provavelmente já usou a frase “Senhor e Salvador Jesus Cristo”, mas já parou para pensar no significado dela? O Apóstolo Pedro encerra sua segunda carta com a frase: 
“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como até o dia da eternidade. Amém” (2Pe 3.18)

Além de usar a frase completa, Pedro nos chama ao crescimento espiritual pela graça e conhecimento do Filho de Deus e conclui afirmando que apenas Ele recebe glória para sempre.

Temos aqui alguns termos importantes:
  • Senhor: Termo usado para definir a autoridade de Jesus como Senhor de toda criação. Não há outro que reine para sempre além de Jesus e não há ninguém que possa ajudá-lo a reinar para sempre;
  • Salvador: Além de Senhor de toda criação, Ele é o nosso Salvador! Aquele que está entre nós e o Pai. O único capaz de salvar o homem pela sua eterna graça. Jesus é o eterno e suficiente salvador;
  • Jesus: O nome Iesous é de origem hebraica, é o mesmo que Jehoshua (Josué), significa “Yahweh salva" (ou " Yahweh é a salvação (G2424)” e desde cedo revela a fonte da nossa salvação;
  • Cristo: Que significa “o ungido”, ou seja, aquele que desde a eternidade foi determinado para salvar o seu povo do resultado negativo de seus pecados.
Dizer que Ele é nosso Senhor e Salvador é o mesmo que afirmar que nEle e unicamente na sua obra somos salvos de nossos pecados. O grito Solus Christus surge em uma era obscura em que os homens não sabiam mais do que estavam se salvando, não é muito diferente dos dias atuais.

O problema histórico

O catolicismo romano distorceu tanto a verdade bíblica que, em certo tempo, as pessoas estavam pagando altas quantias em dinheiro para tirar parentes de um lugar chamado ”purgatório”, comprando terrenos no céu e se auto salvando pelas penitências impostas pelos líderes religiosos da época.
Não fosse tudo isso suficiente, a igreja estava infestada de falsos senhores. O papa era o cabeça da Igreja, ao invés de Jesus como a Bíblia ensina (Ef 5.23,24), os padres representavam em certo grau a autoridade de seu senhor (papa) e todos estavam debaixo da autoridade de Maria, que misteriosamente assumiu o trono de rainha do céu na igreja cristã. Uma espécie de deusa feminina da maternidade que intervém entre os homens e Jesus. Uma verdadeira aberração religiosa assumiu a igreja no movimento católico romano e o peso de tudo isso caiu nas costas de pessoas comuns, como eu e você.
 
Assim como outras religiões pagãs, no paríodo da reforma, aqueles que não concordavam com essas e outras doutrinas eram, constantemente, mortos. Mesmo pregando sobre a misericórdia divina, a máquina de medo religiosa não perdoava muitas pessoas que discordavam das suas ideias. Esse é o nível mais baixo que a idolatria pode chegar e para um período como esse precisamos lembrar que a nossa salvação não vem da igreja, não vem dos líderes religiosos ou de outro personagem bíblico importante. Somos salvos unicamente por Cristo! Mas, do que exatamente somos salvos?
Somos salvos da morte eterna, ou segunda morte. Somos salvos do resultado de uma vida inteira em pecado. Somos salvos da ira de Deus que será, no dia final, derramado sobre todo aquele que não crer em Jesus.
Diante de tanta confusão religiosa, criada pelo movimento católico romano, nosso grito é: A salvação só é possível por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador Eterno!
A igreja católica, moldada por doutrinas estranhas, não é capaz de libertar o homem dos seus pecados. Os padres e papas não são suficientes para intervir entre a humanidade e o Pai e a veneração à Maria não pode solucionar o problema da nossa alma. Por isso a reforma protestante rejeitou e ainda rejeita as doutrinas católicas que tentam intervir entre Jesus e o homem, a salvação e o Deus da salvação.
 
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O problema moderno

Parar e pensar nos problemas da igreja moderna pode desanimar em pouco tempo. Saímos de um regime religioso e sem perceber estávamos criando outros parecidos. A pós-modernidade trouxe centenas de problemas para o homem. Nos tornamos mais materialistas, nosso pensamento foi moldado pelo iluminismo e o relativismo tem aos poucos mudado nossa cosmovisão. Diante de um cenário como o nosso é difícil lembrar do que precisamos ser salvos.
O homem moderno quer ser salvo de uma vida de pobreza, os jovens buscam a salvação nas drogas e a pornografia se tornou um tipo de santo moderno que garante satisfação temporária. Líderes religiosos se tornaram ídolos, outros têm aos poucos se transformado em gurus do prazer, da vida fácil e feliz aqui na terra. A partir do século XVII, com o desenvolvimento da teologia arminiana a igreja passou a buscar mais o livre arbítrio e menos a vontade de Deus.

Não é fácil pregar o Solus Christus a uma geração que está centrada em si mesma. Quando fazemos isso percebemos, do púlpito, que algumas pessoas ficam cansadas, desanimadas ao invés de fazerem o que Pedro nos incentiva: glorificar o Filho. Isso é assim porque o humanismo secular plantou em nosso coração a semente da liberdade libertina, que nos impulsiona a viver para nós mesmos, buscar nossa própria satisfação e nos salvar daquilo que não gostamos de fazer, pensar ou ser.
 
Essa não é, definitivamente, a descrição de uma igreja que estará para sempre com seu Salvador! Essa igreja não entrará no Reino dos Céus e podemos afirmar que ela não está, desde agora, no Reino de Deus. Conforme nos aproximamos da mentalidade humana do pós-modernismo, nos afastamos dos ideais do Reino de Deus. Se esquecemos que somente em Cristo temos salvação e passamos a adotar outros meios para nos salvar, nos afastamos daquele que pode realmente nos tirar da perdição eterna. A verdade é simples, mas dura para a nossa geração. Creio que demoramos tempo demais para proclamá-la.
 
Quando você vai à igreja, a quem está glorificando? Sobre quem é a mensagem pregada no púlpito e o que você é incentivado a fazer por meio dela? Se o seu interesse não é Jesus, se o que busca não está na Bíblia Sagrada e você não se importa mais com mensagens que falam do céu, inferno, pecado e salvação, você provavelmente está se tornando o que chamo de ateu evangélico. O pior tipo de crente que pode haver nesta terra. É como estar na luz de nosso Senhor e desejar tapar os olhos. É como estar saindo de Sodoma e olhar para trás, sentir saudade das festas que haviam por lá. Não preciso lembrar o resultado desse tipo de vida.
O problema moderno é que grande parte dos crentes não são salvos pela graça de Deus, não foram levados pelo Espírito Santo a clamar misericórdia em arrependimento e louvor e não estão interessados na salvação que só pode vir pela obra de Jesus. Por isso criam ídolos, por isso adoram Maria e tantos outros santos. Não foram transformados pelo poder do Evangelho.
Diante de um cenário assustador como o nosso, é importante pregar e gritar: Solus Christus! Busquem a Cristo enquanto podem encontrá-lo.

A resposta bíblica

A Bíblia se dedica ao máximo para deixar claro que a salvação e intermediação só são possíveis por meio de Jesus.

A primeira coisa que precisamos lembrar, hoje, é que não há intermédio entre o homem e Jesus. Jesus não é uma criança que precisa de uma mãe para lhe ajudar a tomar decisões, veja que nenhum escritor no Novo Testamento nos orienta a clamar por outro que não seja Jesus. A introdução à veneração de santos e de Maria é um capítulo sombrio da nossa religião, mas não é exatamente novo na história humana. Quase todas as religiões veneram um tipo de “mãe”. O povo de Deus, no Antigo Testamento, foi condenado pela mesma prática enquanto cultuava Tamuz e Semíramis (Ez 8). Essas divindades atravessaram a cultura humana ao longo de milênios e sempre apareceram de alguma forma em novas religiões.

Lucas escreve a grande verdade que pode derrubar toda idolatria, moderna ou antiga:
“Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12) - Isso é, não devemos nossa salvação ao livre arbítrio, ao pastor ou a qualquer outro ser que não seja Jesus!

João ensina que não há outro na terra que possa iluminar a nossa mente além de Jesus:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele; e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.1-3) - Veja como é claro! Jesus é aquele por meio de quem todas as coisas foram criadas! Ele é antes de toda criação e é a única luz dos homens. Como alguém pode tomar uma posição como essa? Como um ser assim pode precisar da ajuda humana para iluminar a terra, se a terra e cada pessoa nela foi criada por Ele (Rm 11.36)? Se não glorificamos Jesus, ou se dividimos sua glória com Maria ou outros santos, se tentamos nos salvar por nossas próprias obras ou ajudar a Deus na nossa salvação, demonstramos estar, ainda, cegos pelo pecado, pois praticamos os mesmos erros daqueles povos que não foram salvos por Ele.

Aos romanos, Paulo escreve sobre a obra perfeita de Jesus, o qual, pela fé, temos acesso à salvação. Sem mérito humano, sem complemento com as nossas “‘boas” obras ou a intercessão de outra pessoa ou santo:
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem obtivemos acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2) - o que precisava ser feito foi completamente executado por Jesus. Somos agraciados por Deus por meio da obra cumprida na cruz, não no que pensamos fazer de bom, não naquilo que achamos fazer para merecer ou comprar a salvação. E se essa obra foi cumprida por Cristo, quem pode [tentar] desfazê-la sem insultar a suficiência da sua morte e ressurreição?


Jesus também nos ajuda a compreender que apenas Ele deve ser buscado, glorificado e exaltado. Para João, Jesus se revelou assim:
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir; o Todo-poderoso” (Ap 1.8) - uma descrição completa da divindade, senhorio e poder de Jesus! Certamente este Senhor é capaz de terminar o que começou. A nossa salvação. Certamente é todo poderoso, pois se autodenomina assim. Glória seja dada ao Filho de Deus!

Se temos um salvador assim, não há motivos para viver pelo dinheiro, prazer ou adorar outro que não seja o Deus todo poderoso. Se temos um intercessor como esse não precisamos de outro para nos ligar a Deus, ouvir nossa oração ou atender aqueles desejos do nosso coração. Não precisamos ser salvos pela oração a outra pessoa, por meio de outra pessoa ou esperar sermos salvos pelas nossas próprias obras. Temos um salvador! Ele está vivo e reina sobre todas as coisas. Diante de tantas provas como essas, só podemos concluir esse estudo com um grito: SOLUS CHRISTUS!

Definição reformada

Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.

E agora? O que fazer?

  • Entende que depender de outro intercessor para chegar a Jesus é o mesmo pecado cometido por outras religiões?
  • Qual é o objetivo de nos reunir semanalmente na igreja? A quem estamos glorificando?
  • Quando pecamos, quem pode ouvir nossa oração, perdoar nosso pecado e trazer paz ao nosso coração?


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