O fator anticristão de Don Richardson
O fator anticristão de Don Richardson
O livro "O fator Melquisedeque", do escritor e missionário Don Richardson, realmente parece supor que Deus pode ser alcançado por homens necessitados, sem que Ele tenha se revelado através dos seus profetas, ou da mensagem do Evangelho. Esta é a mesma heresia denunciada por Turretini em sua obra "Compêndio de Teologia Apologética" (livro 1, p. 48,49).
O autor resume a história do primeiro capítulo da seguinte maneira:
“O propósito aparente de Epimênides com isso era dar, a qualquer deus eventualmente ligado à questão da praga (uma doença que assolava a região naquela época), uma oportunidade de revelar sua disposição em ajudar, ao fazer com que as ovelhas que o agradassem ficassem deitadas, como sinal de que as aceitaria se fossem oferecidas em sacrifício. Visto que não haveria nada extraordinário no fato de as ovelhas se deitarem fora do horário habitual em que pastavam, Epimênides provavelmente conduziu sua experiência de manhã bem cedo, quando as ovelhas estavam famintas” (p.21).
O autor resume a história do primeiro capítulo da seguinte maneira:
“O propósito aparente de Epimênides com isso era dar, a qualquer deus eventualmente ligado à questão da praga (uma doença que assolava a região naquela época), uma oportunidade de revelar sua disposição em ajudar, ao fazer com que as ovelhas que o agradassem ficassem deitadas, como sinal de que as aceitaria se fossem oferecidas em sacrifício. Visto que não haveria nada extraordinário no fato de as ovelhas se deitarem fora do horário habitual em que pastavam, Epimênides provavelmente conduziu sua experiência de manhã bem cedo, quando as ovelhas estavam famintas” (p.21).
Em resumo, o personagem principal, é levado a buscar ajuda de um deus desconhecido após ter apelado a todos os deuses da sua terra natal. Havia uma grande doença se alastrando pela região e nenhum deus havia ajudado a parar. Então Epimênides é enviado à Atenas, onde encontra curiosamente o mesmo altar citado por Lucas em Atos, e então é deste ponto em diante que a história se desenrola. O personagem principal apela para o “deus desconhecido”, para que possa curar aquele povo, oferece sacrifícios a ele e um dia depois todo povo estava curado. Após isso o povo, tanto de Atenas quanto da cidade do personagem voltam aos ídolos padrões do seu povo. Tudo isso acontece sem que Deus envie um profeta, como fez com Jonas, àquela região. A ideia é que o personagem, que não é judeu, nem adorador de Yahweh, por seus próprios instintos consegue persuadir o Deus verdadeiro e obter a cura que tanto queria.
Segundo o autor, a história narrada no primeiro capítulo veio de uma tradição ligada a Diógenes Laércio, um historiador especializado em filosofia grega que viveu de 180 a 240 d.C. - o mais curioso é que, embora Diógenes tenha visto de perto o crescimento do cristianismo, em seu "relato" nada é encontrado sobre Cristo. Aliás, o personagem principal da história poderia muito bem ser visto como uma espécie de cristo pagão, pois Epimênides (personagem da história narrada) era adorador de vários deuses em sua terra natal.
Veja a mistura que fazem para apoiar a ideia de que Deus salva sem o Evangelho e sem Jesus. Na época de Diógenes muitos cristãos estavam abandonando o judaísmo e voltando-se a Cristo. O autor, esperto, vai justamente tentar fazer o caminho contrário e afirmar que Jesus talvez fosse um profeta como Epimênides, que veio apenas para levar o povo ao judaísmo. Nesta mesma época cristãos estavam sendo mortos por não adorarem os "deuses" do governo romano (você pode conferir melhor isso lendo "O livro dos mártires).
Então, como funciona essa história? Dentro do contexto original, Diógenes estava fazendo um desserviço ao Reino de Deus. Enquanto Deus pregava o evangelho da cruz a partir dos discípulos, o autor estava pregando um retrocesso ao culto judaico que, pela vinda do Messias, havia sido deixado de lado pelo próprio Deus. Isso certamente fez com que algumas pessoas repensassem o evangelho do Reino de Deus e quem sabe quantos voltaram para as práticas judaizantes.
Um segundo efeito é o ecumenismo pagão, uma vez que o autor nos leva a imaginar que o Deus verdadeiro pode ser adorado por pagãos enquanto estes mantém seus ídolos, pode até mesmo curar toda uma nação e voltar a ser ignorado após isso. Certamente o deus citado por Diógenes não é o Deus de Israel, por isso mesmo eles voltam-se ao culto que não era mais exigido por Ele e após obter o que desejavam o abandonam como se fosse só mais um ídolo.
O terceiro efeito foi levar pessoas ao pecado. O historiador pode muito bem ter levado centenas, ou milhares de pessoas ao pecado associando Deus a ídolos e plantando na mente dessas pessoas que o Deus (desconhecido) pode e deve ser adorado com outros deuses conhecidos.
Um segundo efeito é o ecumenismo pagão, uma vez que o autor nos leva a imaginar que o Deus verdadeiro pode ser adorado por pagãos enquanto estes mantém seus ídolos, pode até mesmo curar toda uma nação e voltar a ser ignorado após isso. Certamente o deus citado por Diógenes não é o Deus de Israel, por isso mesmo eles voltam-se ao culto que não era mais exigido por Ele e após obter o que desejavam o abandonam como se fosse só mais um ídolo.
O terceiro efeito foi levar pessoas ao pecado. O historiador pode muito bem ter levado centenas, ou milhares de pessoas ao pecado associando Deus a ídolos e plantando na mente dessas pessoas que o Deus (desconhecido) pode e deve ser adorado com outros deuses conhecidos.
O autor e missionário Don Richardson, em seu primeiro capítulo parece seguir a filosofia de Diógenes ao supor que isso pode ser real ou que pode realmente acontecer. Ele erra, já no início em pelo menos 2 pontos cruciais na fé cristã:
1) Ele usa um relato fictício para apoiar a ideia de que sem Jesus o homem pode chegar até Deus. No conto do primeiro capítulo fica suficientemente claro que o homem só faz isso por interesse próprio e que Deus o ajuda assim mesmo, operando até mesmo milagres. Isso levanta a grande questão: o homem, caído em pecado, desconhecendo o Deus verdadeiro, pode, por si mesmo, obter o conhecimento verdadeiro dEle? Obviamente que não. Mas para pessoas que negam a eleição divina, a salvação unicamente pela fé em Jesus Cristo e a ação do Espírito Santo para a salvação, isso pode ser uma boa saída - mas, nunca uma saída correta e verdadeira. Trata-se de uma heresia mesmo.
2) O autor supõe que Deus pode ser adorado por interesse próprio, apenas para obter alguma benção, e isso por pessoas pagãs mesmo. O que vimos no relato poderia ser ilustrado como um pagão que, tendo diversos deuses modernos, apela para um outro deus a fim de conseguir o que quer. Como Buda, ou os Exus, não proveram o que ele quis, então procurou uma igreja evangélica para receber. Após receber ele volta à sua idolatria. Isso é pelo menos brincar com o nome santo de Deus.
1) Ele usa um relato fictício para apoiar a ideia de que sem Jesus o homem pode chegar até Deus. No conto do primeiro capítulo fica suficientemente claro que o homem só faz isso por interesse próprio e que Deus o ajuda assim mesmo, operando até mesmo milagres. Isso levanta a grande questão: o homem, caído em pecado, desconhecendo o Deus verdadeiro, pode, por si mesmo, obter o conhecimento verdadeiro dEle? Obviamente que não. Mas para pessoas que negam a eleição divina, a salvação unicamente pela fé em Jesus Cristo e a ação do Espírito Santo para a salvação, isso pode ser uma boa saída - mas, nunca uma saída correta e verdadeira. Trata-se de uma heresia mesmo.
2) O autor supõe que Deus pode ser adorado por interesse próprio, apenas para obter alguma benção, e isso por pessoas pagãs mesmo. O que vimos no relato poderia ser ilustrado como um pagão que, tendo diversos deuses modernos, apela para um outro deus a fim de conseguir o que quer. Como Buda, ou os Exus, não proveram o que ele quis, então procurou uma igreja evangélica para receber. Após receber ele volta à sua idolatria. Isso é pelo menos brincar com o nome santo de Deus.
Afinal de contas, Deus pode ser descoberto de forma especial sem o anúncio do Evangelho? Não! Por isso mesmo o Espírito Santo envia pessoas para pregar o evangelho, para que preguem e alcancem aqueles filhos distantes e os levem ao arrependimento e fé em Jesus Cristo. Essa é a premissa básica do relato de Atos, que foi esquecida, pela maioria das pessoas que buscam milagres, curas, revelações e métodos de salvação que excluem Jesus e o Evangelho.
Agora, veja o que autor faz na página 27:
"Além disso, em seu discurso, no Areópago, Paulo declara que Deus "de um só fez toda raça humana... para buscarem a Deus se, porventura, tateando o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós" (At 17.26-27). Essas palavras podem constituir uma referência indireta a Epimênides, como exemplo de um pagão que "buscou e achou" um Deus que, embora tendo um nome desconhecido, não se encontrava realmente distante!".
Agora, veja o que autor faz na página 27:
"Além disso, em seu discurso, no Areópago, Paulo declara que Deus "de um só fez toda raça humana... para buscarem a Deus se, porventura, tateando o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós" (At 17.26-27). Essas palavras podem constituir uma referência indireta a Epimênides, como exemplo de um pagão que "buscou e achou" um Deus que, embora tendo um nome desconhecido, não se encontrava realmente distante!".
A informação mais impressionante é que o autor da obra realmente acredita que Epimênides tenha existido, não que fosse uma criação de um escritor no século 3! Relato que não aparece em historiadores mais famosos da mesma época.
O autor ainda usa a passagem escrita por Lucas para apoiar a ideia de que Paulo estava se referindo ao personagem citado, mesmo que, Paulo, nem Lucas tivesse feito isso no texto citado.
Outro ponto importante, que precisa ser observado, é que o autor está apoiando a ideia de que o homem sozinho pode encontrar Deus, tateando por aí. Algo que não acontece no mundo real, um exemplo disso é visto no relato de Lucas em Atos. Se fosse mesmo possível tatear até encontrar Deus, por que não haviam encontrado? Se isso fosse mesmo realidade, por que estavam ainda cheios de ídolos? Uma vez alcançados pela graça de Deus, toda idolatria precisa sair e dar espaço para a adoração ao "deus desconhecido", algo que não aconteceu até que o Espírito Santo enviou Paulo para proclamar o Evangelho em Atenas. E se estivessem mesmo procurando o deus desconhecido não teriam rejeitado a mensagem do Evangelho.
O autor ainda usa a passagem escrita por Lucas para apoiar a ideia de que Paulo estava se referindo ao personagem citado, mesmo que, Paulo, nem Lucas tivesse feito isso no texto citado.
Outro ponto importante, que precisa ser observado, é que o autor está apoiando a ideia de que o homem sozinho pode encontrar Deus, tateando por aí. Algo que não acontece no mundo real, um exemplo disso é visto no relato de Lucas em Atos. Se fosse mesmo possível tatear até encontrar Deus, por que não haviam encontrado? Se isso fosse mesmo realidade, por que estavam ainda cheios de ídolos? Uma vez alcançados pela graça de Deus, toda idolatria precisa sair e dar espaço para a adoração ao "deus desconhecido", algo que não aconteceu até que o Espírito Santo enviou Paulo para proclamar o Evangelho em Atenas. E se estivessem mesmo procurando o deus desconhecido não teriam rejeitado a mensagem do Evangelho.
É difícil definir esse tipo de mensagem. Ela não faz parte do que aprendemos na Bíblia e também não faz parte da teologia de escritores cristãos. Muitos podem argumentar que isso seria parte das heresias arminianas, mas nem mesmo Armínio ensina isso em suas obras. Neste ponto ele concordava com a doutrina dos apóstolos. Poderia ser pelagianismo (séc. 3,4)? Creio que não, mas um inicio do pensamento adotado por Pelágio, provavelmente sim. Creio que isso seja simplesmente liberalismo teológico clássico. Influenciado por pensamentos gnósticos presente na mesma época, e uma tendência filosófica a se opor ao Deus verdadeiro a favor das divindades romanas.
Sendo Diógenes um cidadão romano, provavelmente reverente às divindades romanas (geralmente eram os governadores) - pode ter sido muito bem usado para atrair a atenção de cristãos à outras filosofias, como acontece ainda hoje.
Sendo Diógenes um cidadão romano, provavelmente reverente às divindades romanas (geralmente eram os governadores) - pode ter sido muito bem usado para atrair a atenção de cristãos à outras filosofias, como acontece ainda hoje.
Por que esta postagem é relevante para nós hoje? Porque ela faz parte de uma heresia antes denunciada e hoje protegida pelo liberalismo teológico. Há hoje no mundo a ideia que Deus se revela de maneira diferente a outros povos, fazendo com que muitos aceitem a ideia de que em todas as religiões há a revelação especial de Deus capaz de os levar à salvação. Isso vai contra o que a Bíblia ensina e precisa ser rejeitado o mais rápido possível. Com essa ideia em uso, em breve não teremos necessidade de adorar a Deus, podemos dividir sua adoração com ídolos e com a mente tranquila pecar contra o Deus verdadeiro. Não tenho dúvidas de que isso faz parte do plano máximo do anti cristo que em breve será revelado, agindo em todas as religiões a fim de levar muitos ao engano e consequentemente ao inferno.
Devair S. Eduardo
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