Deus deseja que o ímpio se converta!


Deus deseja que o ímpio se converta

Uma resposta ao espantalho mais usado no arminianismo moderno

Membro do canal:
Olha eu não consigo entender,  quem está certo, Lutero, Calvino, ou berkof  ou a bíblia?
Essa turma de cima diz que Deus decretou o mal ,no livro de berkof também, mais o profeta abacuque diz que Deus não pode ver o mal. 
Vcs dizem que Deus separou um desgraça e outro pra glória, com uma interpretação toda errada de romanos 9 e a base dessa hipocrisia. 
Ezequiel o profeta ele diz que ,Deus não quer q o perverso morra no pecado ,mais sim q ele si converta do seu mal caminho e seja salvo.

Canal Palavras em Chamas:
Oi irmão, vamos entender dois pontos citados por você, pelo menos pra ficar mais claro.
Quando Deus diz que não quer que o perverso morra no pecado, ele não está dizendo que vai salvar o mundo inteiro por isso - porque todo o mundo jaz no pecado, ou no maligno. Mas veja que o próprio texto se explica, ele diz o seguinte:
"Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?" [Ezequiel 18:23].

Porém, no início dessa profecia ele diz o seguinte: "Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?
Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nunca mais direis esta parábola em Israel" [Ezequiel 18:2,3].

Como você pode ver todo o texto é uma profecia para o povo de Deus que se encontrava em pecado. Para o mundo? Não, para o povo escolhido por Deus. E ele se mantém na mesma aplicação, veja o verso mais abaixo:
"Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Porventura não são direitos os meus caminhos, ó casa de Israel? E não são tortuosos os vossos caminhos?" [Ezequiel 18:29].

Então, irmão, esse texto é mal utilizado por aqueles que querem deturpar a teologia bíblica, até mesmo grandes teólogos mentiram sobre ele uma vez que não o quiseram explicar dentro do contexto, lamentável, mas é a verdade. O que o texto diz então? Que Deus não deseja condenar o seu povo, que se tornou ímpio, antes ele deseja [e opera isso neles, ref. Ez 36] que se arrependam e sejam salvos da sua ira vindoura.
Numa exposição desse capítulo pode ser dito que Deus deseja que as pessoas se arrependam, mas nunca tendo em mente que esse chamado será obedecido por outro povo que não seja o seu. Esse é o chamado do pastor às suas ovelhas, como vemos mais adiante no mesmo livro [Ez 34.12,13; Is 40.10,11; Jo 10]. O que fazem errado com o texto é tentar usar ele para provar que Deus deseja que o ímpio, que não foi alvo da sua graça se arrependa, isso é até mesmo estranho, pois é Deus quem opera esse arrependimento em nós de diversas maneiras. Seria o mesmo que dizer a um cego para dirigir, mas Deus não faz isso, ele chama o seu povo ao arrependimento e também opera nele a conversão.

Outro detalhe importante é que nós não dizemos que Deus criou o mal, isso é uma falácia, um espantalho arminiano moderno para afastar vocês da verdade. Nós seguimos o que Jesus e Paulo ensina, que a luz veio ao mundo e ela ilumina aqueles que escolheu para a salvação. [Jo 1 - 3; Ef 1-2].
Veja um exemplo:

"Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam." (João 1:9-11).
Aqui no primeiro capítulo João não está dizendo que o povo eleito não aceitou Jesus, pois no decorrer do evangelho vemos que muitos judeus foram salvos, ele está dizendo que a nação Israel o rejeitou, mais ainda, que ele é a luz e esteve num mundo de trevas e foi rejeitado pelas pessoas deste mundo, pois amaram mais as trevas. Mas o povo de Deus que estava no meio daquele povo em trevas foram salvos, pois creram em Jesus.
Então quem eram os seus na fala de João? A nação, pois Jesus era judeu. É como dizer que Jesus não foi aceito pelo povo judeu, mas João prossegue mostrando que algumas pessoas dentre o povo judeu foram salvos, veja:
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:12,13). Com esse texto João já nos prepara para o que viria no capítulo 3 onde Nicodemos questiona Jesus sobre a salvação e a forma como Deus opera ela no crente.
Posteriormente Jesus disse o seguinte:
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele [...] E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. [João 3.17,19].
Então Jesus evidencia o que nós ensinamos, que Deus salva o seu povo dentre todos os que caíram em pecado, não que Ele os tenha feito cair, mas que eles mesmos amaram o pecado.

Sobre os decretos de Deus é preciso estudar com mais calma antes de cair na falácia desse povo, pois nós não temos nenhum registro ensinando que Deus mesmo criou o pecado, como geralmente é dito. O que há sobre os decretos de Deus, concernente a essa questão é que Deus decreta deixar o ser humano tomar decisões, uma dessas decisões foi a de optar pelo pecado sem que Deus interrompesse, tanto na escolha quanto nos resultados do mesmo. Então veja que Deus mesmo decretou que o homem tivesse livre arbítrio antes da queda, porém, não interrompeu eles antes de pecarem contra Ele, antes assistiu todo o acontecimento e cumpriu o que havia, anteriormente, dito que faria caso caíssem em pecado. Nós podemos concluir que o que gerou a queda foi o mal uso do seu próprio arbítrio. Com isso veio a queda e consequentemente o distanciamento de Deus.

Veja o que a Confissão de fé de Westminster ensina sobre os decretos de Deus:

CAPÍTULO III
DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS

I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.

II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.
At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.

III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.


Devair S. Eduardo

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