A fé e a força - Série: Palavras do Mestre 06

A fé e a força

Lembro muito de todas as minhas lutas. Claro, sou jovem ainda e deveria mesmo conhecer todas elas, mas uma em especial constantemente me tira o sono, me sinto preocupado e as vezes isso gera em mim um desconforto tão grande que chega próximo a depressão. São lutas! Contra o pecado, contra mim mesmo e as coisas que constantemente se apresentam para mim prontas para tirar-me de perto de Deus. Sou uma pessoa que luta constantemente contra o pecado, e muitas vezes perco, mas não desisto de lutar. Creio que, se você tem a consciência do que é pecado passa pelo mesmo que eu. 

Muitas vezes ficamos desanimado porque pecamos diante de Deus, isso mesmo, pecamos diante do nosso Deus, mas ainda assim insistimos em buscar o perdão e a sua misericórdia que dura para sempre, amém!
Porém muito além do arrependimento e do perdão divino está a nossa luta diária e a consequência de muito ou pouco esforço. Podemos vencer todos os dias e ganhar alguns, mas estamos sempre lutando contra o pecado. Estive meditando sobre esse ensino ao ler Jesus dialogando com os discípulos sobre um menino endemoniado, onde ele acaba perdendo a paciência com alguns discípulos e aprebdu algumas coisas sobre a nossa fé. O mestre começou seu ensino assim:

“O que vocês estão discutindo?” (Marcos 9.16b – NVI)

Impressionantemente diante de uma situação em que uma criança estava sofrendo por conta de demônios, Jesus encontra seus discípulos… discutindo… talvez tentando alguma maneira diferente daquela que Jesus ensinou para expulsar aquele demônio, ou colocando a culpa um no outro a fim de justificar ambos os fracassos. Não sabemos o que eles estavam discutindo, mas sabemos que eles não conseguiram algo mesmo após Jesus ter dado autoridade para isso. Mesmo depois de Jesus ter dado autoridade? Sim! E eles não conseguiam realizar aquilo ali, na frente do mestre! Por isso Jesus perdeu a paciência:

“Respondeu Jesus: “Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino”. (v. 19 – NVI)

O problema daquele menino era que um ou vários demônios queriam matá-lo, e isso era feito jogando-o no chão, amarrando-o e algumas vezes o jogando contra o fogo e a água na tentativa de matá-lo. Não é um quadro muito distante do que acontece comigo e com você diariamente, a diferença é que nós somos levados a morte de outras maneiras e algumas pessoas até chegam bem perto do relato de Marcos. O diabo está constantemente tentando nos matar, ou causar o máximo de dano possível e se estamos bem hoje, bem, somos vencedores em Cristo Jesus. Neste quadro todos nós nos encaixamos, nesta luta entre a vida e a morte diária, movida pelo nosso próprio pecado e por satanás. Pedro mostra uma fúria de satanás contra o ser humano usando o exemplo de um leão e uma presa.

“Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” (1 Pedro 5:8 – NVI) e Jesus alerta para o intuito de satanás quando afirma que “O ladrão só vem para matar, roubar e destruir;” (João 10.12a – NVI)
João declara com mais ainda que “pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.” (Efésios 6:12 – NVI)

Afinal temos uma luta constante e muito mais real do que pensamos e provavelmente notamos. Lutamos contra forças mais fortes do que o próprio homem, contra poderes que realmente podem acabar com o ser humano e leva-lo a desgraça. Ainda sobre estes poderes o escritor em Provérbios nos adverte sobre aqueles pecados que gostamos, que participamos sem temer a nada ou que exige um pouco mais de empenho para serem executados, assim como o adultério, citado no início do texto apenas para ilustração. Algumas vezes nossa luta é muito maior porque nossa carne simplesmente deseja aquele pecado, somos levados a cometer algo contra Deus através de demônios, mas também por nossa própria vontade.

Com a sedução das palavras o persuadiu, e o atraiu com o dulçor dos lábios. Imediatamente ele a seguiu como o boi levado ao matadouro, ou como o cervo que vai cair no laço até que uma flecha lhe atravesse o fígado, ou como o pássaro que salta para dentro do alçapão, sem saber que isso lhe custará a vida.” (Provérbios 7:21-23 - NVI)

Muitos pecados são como a conclusão deste texto, estão nos levando a morte e não notamos porque eles nos agradam e ficamos cegos demais para notar o quanto isso pode custar a cada um de nós e consequentemente a outros que estão envolvidos. Certamente um risco grande demais para quem conhece a vontade de Deus.

Voltando ao que Jesus estava ensinando vemos alguns homens que tinham fé, sabiam como fazer, mas no fundo a fé deles ainda era pequena. Eles não criam com tanta convicção que poderiam vencer todos os desafios que uma vida cristã exigiria, assim como hoje. Vamos a igreja, vemos as mesmas mensagens ano após ano e quando estamos numa situação que exige nossa fé, fracassamos! E como estamos acostumados a fracassar… não deveria ser assim, e o nosso mestre mostra um caminho que ele mesmo seguia à risca.

Imediatamente o pai do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!" Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele". O espírito gritou, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, a ponto de muitos dizerem: "Ele morreu". Mas Jesus tomou-o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé. Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: "Por que não conseguimos expulsá-lo?" Ele respondeu: "Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum". (Marcos 9:24-29 - NVI)
O que Jesus estava ensinando é que apenas ter fé não pode fazer com que o mal simplesmente desapareça, algumas vezes precisamos buscar mais força do que nós temos, assim como ele fez quando foi tentado por satanás. Jesus jejuou e orou durante quarenta dias e quarenta noite. Durante esse tempo ele não estava esperando, estava se preparando para o que estava por vir, e como resultado saiu vitorioso, fazendo com que satanás fosse derrotado de todas as suas “falsas boas influências”. Jesus venceu, mas nós estamos constantemente lutando contra essa terrível força demoníaca e quantos de nós não se perdeu e foi derrotado? O que fazer com nossas maiores lutas e desafios? Crer e apenas esperar? Acredito que essa estratégia tenha falhado pelo menos um milhão de vezes! Precisamos partir para o ataque, da maneira como Jesus ensinou. Com oração constante e jejum. Essa é a busca constante pela presença de Deus. É desejar estar ligado a ele o dia todo e dormir ao seu lado quando a noite aparecer. Para que quando formos tentados, seja pelo diabo ou por nós mesmos estejamos prontos para responder a altura e vencer em nome de Jesus.

Um ótimo exercício para ficarmos mais fortes é a velha receita de acordar de madrugada e pararmos um pouco para falar com Deus, aquela receita que muitas mães tentam passar aos filhos e que tem funcionado com elas até hoje! Esse esforço de interromper algo que queríamos muito fazer para passar um tempo falando com Deus e lendo sua palavra é uma das melhores formas de jejuar, de deixar de fazer o que queríamos para buscar a Deus em oração e estudo da sua palavra.

Eu desejo para você o mesmo que desejo para mim, que tenhamos uma vida mais real da presença de Deus. Para que saibamos identificar os ataques de satanás e estejamos prontos para vencer qualquer influência e pecado que venha contra nós.


Em Cristo Jesus, amém!

(controle interno - 28/02)

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