Céu ou Terra?
Nós vivemos em um mundo urgente, necessário e completamente
material! Aonde aquilo que define nossa felicidade inclui em sua
grande parte coisas materiais e temporárias, eis o motivo de nunca chegarmos
lá. Mas existe um problema nisso tudo quando aplicamos esses conceitos na
religião cristã, e eles estão bastante aplicados no cristianismo moderno e
principalmente quando o objetivo é conquistar pessoas, tocá-las
emocionalmente às vezes com segundas ou terceiras intensões. Afinal,
por que existe um cristianismo tão terreno e material como o nosso? Qual o
objetivo e as diferenças entre o ensino de Jesus da bíblia e ensino de grande
parte das igrejas?
O Rei do Evangelho
Apesar de vermos traços do evangelho em toda a Bíblia, podemos dizer com segurança que Jesus é o Rei do evangelho, isso é importante porque precisamos definir quem o criou e a quem ele pertence para só assim chegarmos a alguma conclusão sobre o que Ele quis dizer ou ensinar com este suposto evangelho…
“1 – Princípio do
evangelho de Jesus Cristo, filho de Deus... 14 – Depois que João foi preso,
veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus; 15 - e
dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos
e crede no evangelho” (Marcos 1. 1,14,15)
Não há dúvidas de que o dono do evangelho é Jesus. Ele mesmo
iniciou seu ministério pregando este evangelho que visava antes de tudo o convite ao Reino seguido do arrependimento necessário para fazer parte do mesmo. E se esse é o motivo do evangelho (nos levar ao Reino de
Deus). Como chegamos a ponto de transformar essa mensagem numa motivação de
conquistas materiais ou pela busca incessante da felicidade terrena? Sendo que,
nem mesmo o dono do evangelho ensinou estas coisas?! E se esse evangelho fosse
significado de felicidade material e física não teria o próprio Jesus vivido
uma vida de riquezas? Ou de alegrias? Textos como os abaixo me deixa pensando
em como essa mensagem foi transformada e modificada para o que temos hoje:
“Bem-aventurados sois
vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal
contra vós por minha causa. Regozijai-vos e alegrai-vos, porque grande é a
vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram as profetas que viveram antes
de vós” (Mt 5.11-12)
“E, se a tua mão
direita te faz pecar, corta-a e atira-a para longe de ti. É melhor perder um
dos teus membros do que ter todo o ter corpo lançado no inferno” (Mt. 5.30)
“O pão nosso de cada
dia nos dá hoje” (Mt. 6.11)
“Buscai, pois, em
primeiro lugar o seu Reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt. 6.33)
“E, indo, pregai,
dizendo: O Reino dos céus está próximo. Curai os enfermos, purificai os
leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes; de
graça dai” (Mt. 10.7-8)
“Não penseis que vim
trazer paz à Terra. Não vim trazer paz, mas espada. Pois eu vim trazer divisão
entre o homem e o seu pai, entre a filha
e sua mãe, entre a nora e sua sogra. Os inimigos do homem serão os seus
próprios familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de
mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não
toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Quem achar a sua vida a
perderá, e quem perder a sua vida por minha causa a achará” (Mt. 10.34-39)
“Não há profeta sem
honra a não ser na sua terra e na sua casa.” (Mt. 13.57b)
“Jesus chamou os discípulos
e lhes disse: Tenho compaixão da multidão; já está comigo há três dias e não
tem o que comer. Não quero mandá-la embora com fome, para que não desfaleça no
caminho.” (Mt 15.32)
Isso
não significa que Jesus pregava uma religião de miséria. Ele ensinou que o
nosso foco estaria no céu e na justiça de Deus. Havia pessoas ricas que se
converteram após a ressurreição de Jesus e havia também antes de isso
acontecer. O fato é que Jesus as chamava para uma vida focada em Deus e não nas
vantagens da Terra. E o mais interessante é que muitas destas pessoas ricas
repartiram os seus bens para que outras pessoas também tivessem acesso a alguma
riqueza ou a certas facilidades que não necessariamente os tornaram ricos.
Agora, comparar isso com o que temos hoje é ficar assustado.
Isso
porque o que vemos hoje é uma busca incessante pela felicidade através de
coisas, ao contrário do que Jesus buscava. Ele não se apoiava em seus bens, e
diferente do que as pessoas pensam e vêem ele não deixou nenhum dos seus seguidores ricos. Tais
seguidores foram fiéis ao estilo de Jesus e terminaram suas vidas da mesma
forma, sendo perseguidos por pregar o evangelho do Reino dos Céus, como aconteceria hoje se esse mesmo evangelho estivesse sendo pregado. E ai da igreja que
pregar o evangelho como Jesus ensinou e viveu. Ela certamente não seria vista
com bons olhos para a sociedade (assim como Jesus não foi), ela não teria alvos
financeiros para si mesmo e sim para outras pessoas. Um detalhe muito
importante da vida de Jesus, como você já viu em um dos versículos acima é que
a entrega do homem acontece em duas vertentes diferente.
Primeiro o homem se entrega ao Deus que o chamou. Isso faz com que ele esteja aos seus pés e pense em Deus acima de todas as coisas. A segunda entrega, também muito importante, é a parte em que eu me entrego ao meu próximo, ou seja, não há sequer espaço para o “eu”. Eu estou aqui para me entregar a Deus e ao meu próximo para que com essa entrega o meu próximo veja Deus em mim e veja Deus nas minhas ações.
Dessa maneira e da forma como Jesus fez o evangelho está
sempre em crescimento, sempre expandindo seus horizontes e consequentemente alcançando
pessoas para o arrependimento e a preparação para este Reino dos Céus, e não
para o reino da terra.
Sobre o fato de que todo cristão sofra mais do que o não
crente é bem óbvio que por estar contra um sistema que busque a satisfação
humana e pecaminosa ele sofra muito mais tentações e pressões de satanás do que
as outras pessoas que simplesmente concordam com este sistema mundo/satânico. O
que Deus muitas vezes permite que aconteça por diversos motivos, seja para nos
preparar, ou mostrar aos outros que você ou eu somos fiéis e por isso herdamos o
Reino dEle mesmo. Como consequência de uma vida assim é ver que outras pessoas podem ser influenciadas positivamente e sendo tocadas pelo Espírito Santo para a mesma realidade da salvação e rejeitando a realidade do pecado que como explicado por Paulo leva à morte.
Ainda sobre as conquistas e vitórias de pessoas que não
levam em consideração a Deus, sabemos bem que trinta, quarenta ou noventa anos
é muito pouco perto de uma eternidade longe de Deus e de uma vida realmente feliz, os quais
jamais estarão presentes no inferno. Portanto, passar pelas provações, ter uma
vida de dores de cabeça e problemas na Terra e herdar o Reino de Deus vale
muito mais do que viver como um rei na Terra e morrendo ir direto ao inferno.
Não que isso aconteça com todos os ricos. Existem ricos que beneficiam muito
mais outras pessoas do que a si mesmos e são sempre mantidos pelo próprio Deus
para que continuem esta obra. Pessoas que com sua riqueza expandem o Reino ao
invés de se fechar em seus cofres, consegue perceber essa diferença?
Se por um lado vemos hoje atuando uma mensagem de paz no mundo,
de bênçãos materiais e felicidades instantâneas. De formas para se alcançar o
sucesso e viver felizes e até mesmo de alcançar aquela cura que a gente tanto
quer ou acha que quer, por outro lado nós vemos um Deus gritando para todos os
lados “O tempo está cumprido, e o Reino
de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”.
Se de um lado vemos pessoas doentes por não poder conquistar um carro,
uma casa ou algo que traz extremo conforto para os poucos dias aqui na terra,
do outro nós vemos um Jesus pregando uma mensagem divina que se concluí da
seguinte maneira: “E quem não toma a sua
cruz e não me segue não é digno de mim. Quem achar a sua vida a perderá, e quem
perder a sua vida por minha causa a achará”.
O que dizer? Ele quer que você seja pobre e miserável? Essa
reposta depende muito do que você pensa ser riqueza.
“Pois onde estiver o
vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt. 6.21)
“Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; levando sempre por toda a
parte o morrer do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
manifeste também em nossos corpos; e assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues
à morte, para que a vida de Jesus se manifeste também em nosso corpo mortal. De
maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.” (2 Co. 4.12)
“Pois a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda
comparação. Portanto, nós não fixamos o olhar nas coisas que se veem, mas nas
coisas que não se veem. Pois as que se veem são temporárias, e as que não se
veem são eternas.” (2 Co. 4.17-18)
"corrigido 05/04/2017 - informação interna"
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