A cultura da violência no Brasil
Por cultura eu me refiro ao conjunto de ideias e costumes de
um povo; instruções naturais de uma sociedade, presente na maneira como se
comporta em diversos aspectos. Por violência me refiro a tudo que, de uma forma ou
de outra ultrapassa os limites do próximo, seja através da luta física, das
palavras e principalmente das atitudes costumeiras de (quase) todo brasileiro
que vive em grupo.
O importante sobre tal assunto está nas motivações de uma
sociedade que se comporta de forma agressiva e violenta sem que se perceba, tanto pelas vítimas quanto pelos sujeitos envolvidos no ato de violência. Que podem
ser observados em todas as faixas etárias em ambos os sexos e por incrível que
pareça pode ser percebido tanto pelo violento quanto pela vítima que após
tornar-se vítima usa de atos violentos para se defender, não apenas por
questões de princípios e sim pela motivação do orgulho, ódio ou inveja entre
outros menos constantes.
A cultura da violência está incorporada á cultura de um país, sendo ela criada e alimentada pela própria sociedade de maneira subliminar ou
não, podendo ser percebida através de seus costumes, palavras e atitudes comuns apoiadas pela maioria do povo. Aplicando esta cultura em diferentes
níveis sociais podemos definir, por exemplo, que ela atinge uma criança através
da maneira como é tratada pelos pais, por aquilo que a criança absorve de
outras crianças e não é tratado pelos bons costumes da família e principalmente
pela ação da mídia, seja através da imagem ou do som. Através dos pais e de
outras crianças devido a toda carga cultural incorporada a todo indivíduo, a qual é
subliminarmente passada de uma pessoa a outra, seja membro ou não de uma mesma
família e, talvez mais comum, através da mídia pelos programas mais difundidos e oferecidos em horários nobres, histórias conhecidas e colocadas em
destaque através de interesses de terceiros. Um bom exemplo disso está no fato
de que a TV aberta possuir apenas um canal educativo (que em 2019 já tratava de questões culturais contrárias à natureza humana como algo comum), sendo este o menos visado
e com menos investimento e destaque, enquanto outros com conteúdo adulto, violento ou sexual entram
em destaque com alto investimento e alta tecnologia para que possam atingir e
influenciar, positivamente e/ou negativamente a sociedade, da criança ao adulto, criando
assim uma cultura estranha e muitas vezes manipulada por interesses difíceis de
definir.
O adolescente de igual modo é influenciado por esta
cultura através de ações, palavras e costumes trazidos de adultos próximos e
influência da mídia destrutiva (áudio, vídeo internet). Por violência não definimos apenas ataques físicos,
alguém se torna violento quando de uma forma ou de outra viola aquilo que é de
direito de outra pessoa, assim um adolescente não aprende a usar a violência
apenas através de brigas e sim do comportamento muitas vezes irracional e
injustificado, sendo este aceito como normal, pela grande maioria da sociedade.
Um adolescente pode, por exemplo, aprender que o consumo do álcool é algo bom
seguindo o péssimo exemplo dos pais e amigos mais velhos e terminar dias depois
como vítima de sua própria violência internado num hospital ou mesmo morto em
um acidente de trânsito, para muitos o consumo é normal, mas a consequência não.
Desta maneira o consumo de bebidas torna-se um ato de violência contra a
própria pessoa fazendo da sociedade hoje vítima de sua própria
cultura. O acesso através da mídia a outros meios de diversão faz do
adolescente violento consigo mesmo e com outros quando aprende de fontes
erradas coisas concernentes ao sexo, drogas, diversão e trabalho, tornando tais
assuntos meios para um futuro violento e dramático, como por exemplo, uma
adolescente que por seus próprios impulsos engravida muito antes do previsto,
incrivelmente tornando-se vítima pela sociedade sendo que fez aquilo que
desejou.
A partir da adolescência os costumes violentos se tornam
algo que foi enraizado e pode até mesmo ser previsto através do acesso à
história do sujeito em questão, por exemplo, pais violentos, filhos violentos, exceto
com algumas variantes, como no meu caso. Mas que mesmo assim, às vezes a exceção desaparece mostrando aquilo que nos tornamos com referencia àquilo que
vivenciamos. Os meios mais visíveis de tal cultura violenta e humanista estão no
dia a dia e são visíveis apenas quando comparados a um padrão superior e
contrário aquilo que nos coloca no patamar da bondade, quando nos comparamos
com algo que pode ser realmente bom descobrimos o quanto somos realmente maus. Adultos
e idosos apresentam tais comportamentos quando optam por beneficiar apenas o seu eu
e ignorar o próximo, é visível numa fila de ônibus, local onde é possível
descobrir pessoas realmente corruptas e más. Um exemplo tão simples pode ser difícil
de ser entendido, mas pessoas que furam filas são as mesmas que numa
oportunidade única se comportarão como corruptos e desonestos porque. Seu comportamento revela muito mais do que vemos à primeira instancia. Quem fura
fila tem disposição á corrupção. Isto é um ato de violência sem dano físico.
A cultura da violência é muito mais visível do que podemos
imaginar, e ela se torna visível ainda em nosso comportamento, algumas vezes
por impulso, outra por pura consciência. A violência é ainda vista e ouvida através
de mídias, principalmente a violência sexual contra a mulher, ainda que muitas
mulheres apoiem e contribuam para tal violência, influenciando e incentivando
comportamentos estranhos e ruins em outras mulheres que não conhecem e não tem
qualquer interesse em tais atos violentos. Um bom exemplo disso se encontra em
músicas do estilo funk, quando alguém declara em uma música tais palavras: "Amor, tá difícil de controlar; Há mais de
uma semana; Que eu tento me segurar; Eu sei que você é casado; Como é que eu
vou te explicar?; Essa vontade louca; Muito louca; Eu posso falar?; Quero te
dar, quero te dar" (Valesca Popozuda), ela não está simplesmente
cantando algo divertido e ousado e sim incentivando outras mulheres a sentir
aquilo que canta e outros homens a viver o que se canta, sendo assim um ato de
violência contra a família que em geral formada por marido, esposa e filhos se
vê violada diante de tal situação. Outros exemplos mais subliminares estão
presentes em diversas músicas e vídeos espalhados por todos os lugares contendo
a mesma mensagem e o mesmo efeito, os quais não usaria meu espaço para
divulgar.
De forma geral a cultura da violência no Brasil incentiva a
busca humanista pelo prazer ou vantagem particular, mesmo que para isso temos de
passar por cima do próximo, seja por força física, seja por palavras ou
atitudes e pode ser muito bem vista ainda pela política. O governo carrega uma
violência extrema a favor de seus planos, mas ainda menos visível e
não menos importante eu colocaria a religião, está carregada de violência e a
usa para justificar muitas de suas atitudes, como por exemplo, o fato de tentar
definir quem entra ou não no céu, sendo que, quando eu defino quem entra, na
verdade estou me colocando superior e por tanto mais santo do que o próximo,
algo que é totalmente contestado nas escrituras quando nos ensina que o amor ao
próximo deve ser exatamente o mesmo do meu amor próprio. Com isso eu não quero dizer que devemos abandonar os textos sagrados e o que eles dizem sobre padrões sociais de santidade, a ideia aqui é mostrar que muitas pessoas não usam a bíblia para definir estes padrões, por exemplo: uma pessoa que tem tatuagem não é santa ou um homem que usa bermuda está em pecado. Separações e grupos
fechados mostram como a violência atinge os fiéis fazendo parte também de sua
cultura, mesmo dentro de outra totalmente contrária.
Inserção - 2019 - Como a mídia faz com que odiemos grupos de pessoas
Um detalhe que não devemos mais deixar passar em branco é que a mídia em todos os seus veículos incentiva, consciente ou não, o ódio por grupos tais como homossexuais, brancos, negros, mulheres e etc. Comportamentos violentos contra grupos de pessoas são incentivados pela própria mídia e aceitos pela cultura geral. Um bom exemplo disso é o que os programas de TV fizeram com a imagem do homossexual. Não é muito difícil lembrar que certo personagem de alguns programas humorísticos fazem com que o "gay" da turma seja engraçado, a ponto de ser indesejado e excluído. Tudo isso tem sido feito contra todos os tipos de grupos sociais, construindo assim uma cultura de ódio sem que os seus adeptos tenham conhecimento. estranhamente a grande mídia tenta atribuir esse ódio à religião, porém a mesma nada ensina sobre isso. Neste caso podemos afirmar com toda certeza que a cultura brasileira foi extremamente influenciada pela mídia a odiar grupos sociais e agora tentam disfarçar esse problema culpando outros grupos. Eles fizeram com que os grupos se odiassem, assim os homossexuais odeiam os cristãos e os negros os brancos e as mulheres os homens, um problema que não surgiu do meio do povo, mas foi criado e impulsionado pela própria mídia.
O que importa sobre uma cultura suja e violenta dominante no
Brasil? Porque precisamos tomar cuidado como estas ideias de sociedade? Creio
que o melhor não está numa forma violenta, seja ele qual for, de realizar
aquilo que queremos e uma visão centralizada do eu deixa a humanidade numa
situação complicada porque percebemos que uma pessoa não contribui com a outra
porque não deseja ajudar e não por que não tem como fazer. Enquanto a humanidade
enxerga paralíticos incapazes Jesus enxerga um alvo do seu amor e atenção e
isto deve ser por obrigação uma característica de suas igrejas e um fato
principal de seus seguidores verdadeiros. Enquanto encontramos vantagens nas
atitudes violentas de nossa época Jesus mostra que o verdadeiro caminho para
Deus é o amor. Portanto, fujamos desta violenta cultura e abraseemos aquilo que
foi ensinado pelo mestre e criador da vida:
"Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de
toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior
mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si
mesmo'." (Mateus 22.37-39).
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