Paz dinâmica e contagiante

Paz dinâmica e contagiante


“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22,23) 

Ao recebermos Jesus como nosso salvador várias coisas começam a mudar, passamos a experimentar uma nova vida e até mesmo a forma como enxergamos os problemas e desafios são transformados. 
Quando tratamos de paz como fruto do Espírito precisamos entender como algo temos com Deus, que nos dá esperança e que passamos ao nosso próximo, nesse sentido somos como ramos de uma árvore frutífera. Assim como tudo que recebemos de Deus precisa ser transmitido ao nosso próximo, a paz precisa ser passada de forma dinâmica para que por ela outras pessoas glorifiquem ao nosso Deus. 
Neste texto veremos três importantes pontos sobre a paz que temos com e por Deus.
O ponto mais importante hoje é sobre a paz que temos, através da fé em Cristo Jesus, com Deus e essa recebemos pela obra perfeita de Jesus, lemos isso em Mateus 1.21.
“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” 
O efeito dessa paz é justamente a salvação do resultado dos nossos pecados, isso faz com que sejamos aceitos por Deus e tenhamos paz com Ele. Se antes éramos escravos do pecado e como resultado receberíamos a morte, agora, pela obra de Cristo na cruz somos justificados para Deus. O apóstolo Paulo nos ensina sobre esse resultado em Romanos 5.1,2. 
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”
Chamamos esta paz de reconciliação e todos que foram alcançados por Ele participam desta benção. Sobre isso o Rev. Hernandes Dias Lopes comenta bem:
A paz com Deus é uma benção ligada ao passado. Trata-se de algo que já aconteceu. Não é a paz de Deus (Fp. 4.7), mas a paz com Deus (Rm 5.1). Não é um sentimento, mas um relacionamento. É a paz da reconciliação com Deus. Por intermédio do sacrifício de Cristo, a barreira que nos separava de Deus foi destruída. Não somos mais filhos da sua ira, mas filhos do seu amor. O pecado consumou uma ruptura, mas Jesus Cristo veio para restabelecer a comunicação suspensa.

John Murray também comenta sobre o assunto de forma clara e objetiva: “Paz com Deus” denota relacionamento com Deus. Não se trata apenas da serenidade e tranquilidade das nossas mentes e corações; mas refere-se ao estado de paz que flui da reconciliação (v. 10,11) e reflete-se, primariamente, sobre nossa alienação de Deus e nossa restauração ao favor divino. A paz do coração e da mente procedem da “paz com Deus” sendo reflexo, em nossa consciência, do relacionamento estabelecido pela justificação. Porém, ao falar sobre a “paz com Deus”, o apóstolo tinha em vista o relacionamento objetivo. “por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” temos esta paz.

Hoje temos e estamos em paz com Deus, sendo justificados por Jesus e pela ação do Espírito Santo conseguimos nos arrepender de nossos pecados e receber perdão divino. Estar em paz com nosso criador é a maior benção que podemos participar.

2 – Paz com Deus e paz interior


Ter paz interior não significa manter uma amizade entre nosso espírito e a nossa carne, até Jesus voltar estes dois estarão brigando constantemente. Esta paz vem da esperança, da certeza, de que estando em paz com Deus todas as suas promessas serão realizadas em nós.

Isso produz em nós paz em qualquer situação, como o apóstolo Paulo continua nos ensinando em Romanos 5.3-5.
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”

O autor puritano Matthew Henry comenta muito bem sobre a esperança que podemos ter: 
5.5 - A esperança não traz confusão: É uma esperança que não nos enganará. Nada confunde mais do que as desilusões. Ou, tendo a esperança da glória, não nos envergonhamos desses sofrimentos. Esta esperança não nos desapontará, porque está selada com o Espírito Santo como o Espírito de amor. 

Temos assim a certeza de participar da glória de Cristo, ou seja, em Cristo podemos confiar na sua salvação, no seu auxílio quando precisamos e na glória futura quando estaremos enfim com ele em um novo céu e nova terra. Um bom exemplo dessa paz pode ser visto em Estevão que ao ser apedrejado desejava perdão para seus executores.
“E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (Atos 7:59,60).

Ponto de conflito


Satanás tenta constantemente retirar a nossa paz com suas mentiras e confusões, ele deseja que comecemos a questionar a certeza daquilo que aprendemos na Palavra de Deus. Você consegue citar um exemplo de como ele tem feito isso em nossos dias?
Temos portanto alegria e paz na certeza de que a nossa esperança não será frustrada!

3 – Paz com Deus e com nosso próximo


Em João 15 Jesus se compara a uma videira e nós a ramos, em palavras mais simples ele quer dizer que é como uma árvore frutífera e nós os galhos que dão estes frutos.
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (v.5-8).
Isso tem a ver com o que produzimos estando ligados a ele. Como galhos numa árvore o nosso fruto será sempre determinado pela árvore, um galho de laranja jamais daria fruto diferente.

Diferente do que muitos pensam. Alguém que está fora de Cristo não pode produzir frutos realmente bons, eles constantemente estão ligados aos desejos de quem os produz e longe de Deus estamos sempre ligados ao pecado. Jesus nos ensina que sem ele não produzimos frutos bons (v.5). O comentário de Matthew Henry aponta para esta união como algo que nos leva a ter uma vida excelente:
15.4,5 Estai em mim: Estar em Cristo é necessário para fazermos o bem. A união com Cristo é um princípio nobre, produtor de todo bem. Uma vida de fé no filho de Deus é sem comparação, a vida mais excelente que um homem pode viver neste mundo. Devemos estar em Cristo, manter nossa união com ele pela fé e fazer tudo que fazemos na religião em virtude dessa união.

Se estamos unidos a Cristo os nossos frutos devem estar ligados a ele, isso trará paz para pessoas que estão próximas a nós fazendo com que constantemente adorem a Deus devido ao exemplo que nós mostramos. Isso nos leva a mostrar o fruto do Espírito listado por Paulo em Gálatas 5.22,23 e garantido pela nossa união em Cristo Jesus.
Esta união nos capacita a:
1 – Amar o nosso próximo;
2 – Produzir alegria em vez de dor e tristeza;
3 – Ter e produzir paz conosco e com o próximo;
4 – Ser paciente com nosso próximo e conosco;
5 – Tratar as pessoas de forma amável e com cuidado;
6 – Produzir bondade mesmo em tempos de crise;
7 – Ser fiel a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo;
8 – Ser manso ao invés de produzir contendas e apoiar guerras;
9 – Poder e conseguir ter domínio próprio.
São esses alguns dos frutos que Jesus afirmou: Sem ele não poderemos fazer.

Conclusão


A obra perfeita de Cristo faz com que aqueles que creem estejam em paz com Deus, que é a base perfeita de todas as coisas, nos garante que tudo que foi dito em sua Palavra se cumprirá trazendo certeza da nossa esperança e por essa ligação perfeita com Deus o homem produz bons frutos, que glorificam a Deus!
Amém.

Devair S. Eduardo
http://palavrasemchamas.blogspot.com
Canal no Youtube: Devair S Eduardo
familia.eduardo.devair@gmail.com

bibliografia:
Versão bíblica usada: Almeida Corrigida Fiel
Citações extraídas de:
Romanos – O evangelho segundo Paulo – Rev. Hernandes Dias Lopes – Ed. Hagnos
Romanos – Comentário Bíblico – John Murray – Ed. Fiel
Bíblia de Estudo Matthew Henry – Ed. SBB

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