Dons Espirituais - Uma análise sincera

Sumário:
1 - O que são dons e quais as suas utilidades
2 - O uso dos dons e a manifestação do Espírito
3 - Os dons em Corinto
4 - E hoje? O que concluímos?
5 - Como resolver o problema do continuísmo?


Dons do Espírito

Uma análise sincera


O que são dons e quais as suas utilidades?


Deus capacitou a sua igreja com poderes extraordinários para que ela desempenhasse, em unidade, a sua missão de proclamação e testemunho perante o mundo, além do seu próprio crescimento espiritual.1

“Mas um só e o mesmo Espírito que opera todas essas coisas, dividindo solidariamente a cada homem como ele quiser” (1 Co. 12.11)
Depois de um dia de conversa com alguns irmãos continuístas pentecostais a respeito dos dons espirituais eu propus explicar os motivos que me levaram a ser cessacionista e antes de tudo o que é realmente ser um. Antes de chegar à resposta vou fazer uma pequena, mas sincera leitura de 1 Coríntios 12,13 e 14 para responder algumas questões importantes quanto aos dons de forma geral.

O apóstolo Paulo ensina que Deus dá a sua igreja dons para que os membros exerçam alguma função importante no corpo de Cristo, basicamente, Deus faz isso para que a igreja funcione bem em todos os sentidos como veremos nos textos a seguir:
12.17-20 - “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou cada um dos membros no corpo como lhe agradou. E, se todos eles fossem um só membro, onde estaria o corpo? Mas agora, eles são muitos membros, mas um só corpo.”
12.31 - “Portanto, procurai fervorosamente os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.”

Paulo ainda os classifica entre categorias que vão do melhor (mais úteis a um propósito) até os menores (menos úteis a um propósito) como lemos no verso 28: “E Deus colocou alguns na igreja, primeiro apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, mestres, depois milagres, depois, dons de curar, de ajudar, de governar, de diversidades de línguas.” - Mas confessa que todos são importantes para o bom crescimento e funcionamento da igreja, vemos isso no verso 21: “E o olho não pode dizer à mão: Eu não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Eu não tenho necessidade de vós”.

Uma das afirmações mais importantes em 1 Coríntios 12 é que todos os crentes foram batizados no mesmo Espírito como lemos nos versos 13 e 14: “Porque por um Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer sejamos judeus ou gentios, quer sejamos escravos ou livres, e a todos foi dado beber em um só Espírito. Pois o corpo não é um membro, mas muitos” - E após isso afirma que todos os membros do corpo eram também de suma importância como lemos no verso 22: “Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são os mais necessários”.
Diz isso provavelmente por que algumas pessoas aparentemente sem dons eram desprezadas.

O apóstolo inicia o capítulo 12 com uma das questões mais ignoradas em nossos dias:
“Ora, acerca dos dons espirituais, irmãos, eu não quero que sejais ignorantes. Vós sabeis que, ainda quando gentios, fostes levados aos ídolos mudos, assim como fostes conduzidos. Por isso, eu vos quero fazer entender, que nenhum homem falando pelo Espírito de Deus chama Jesus de maldito. E que nenhum homem pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Santo Espírito” (1 Co. 12.1-3). Isto é: a necessidade de julgar todos os dons a fim de saber se são de fato do Espírito Santo ou não – talvez ele já estivesse se referindo aos falsos profetas que realizariam sinais e maravilhas como ensinado por Jesus em Mateus 24.5: “porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.”

Os dons são dados por Deus para benefício e crescimento espiritual da igreja em favor da sua própria vontade[vontade de Deus]. Eles são dados a favor do Reino, mas não são para o benefício individual, tratam sempre de todo o corpo. Quanto a constante procura por dons ou a briga quanto aos mesmos Paulo vem reafirmar que o amor (agapēn) deveria ser um alvo mais procurado e um caminho mais excelente, como vemos nos textos a seguir:
“e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, eu me tornaria como o bronze ressoante ou um címbalo tilintante.” (1 Co. 12.31b – 13.1).

Quanto a distribuição sabemos que é dado pelo Espírito Santo e Paulo define como uma manifestação do mesmo. Mas, como compreender tal afirmação? É uma manifestação do Espirito de Deus ao mesmo tempo nos é dado? O Espírito não é livre? Como Ele se daria a nós?
“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum. Porque a um é dada, pelo Espírito, a palavra da sabedoria; a outro a palavra do conhecimento, pelo mesmo Espírito - Mas um só e o mesmo Espírito que opera todas essas coisas, dividindo solidariamente a cada homem como ele quiser.” ( 1 Co. 12.7,8-11)

Simples! Mas para chegar a esta resposta vamos entender como isso funciona em toda a Bíblia e compreender mais sobre as suas manifestações. Vou citar apenas alguns textos bem distintos entre si onde podemos ver claramente manifestações ou dons do Espírito Santo no Antigo Testamento. Esta compreensão simples nos direcionará ao restante do texto.

A – Sansão e os 30 homens (Juízes 14.12-20)
Sansão é um dos Juízes mais conhecidos da Bíblia, infelizmente isso não se deve à leitura constante da mesma e sim a filmes e seriados de TV, isso fica claro quando questionamos acontecimentos relatados na sua história. Vemos neste grande Juiz algumas das manifestações do Espírito mais incríveis do Antigo Testamento e consequentemente uma das histórias mais marcantes devido a grande influência de Deus no decorrer da sua vida.

Além de ter nascido com o dom da força superior o juiz foi usado pelo Espírito Santo algumas vezes para exterminar os inimigos do povo de Deus, como vemos no cap. 14.19:
“E o Espírito do Senhor veio sobre ele, e ele desceu a Asquelom, e matou trinta dos seus homens, e tomou o seu despojo, e deu mudas de vestes àqueles que expuseram o enigma. E a sua ira se acendeu, e ele subiu à casa do seu pai.”
Tudo o que aconteceu na vida de Sansão, com todo o dom e as manifestações do Espírito Santo foram para uso exclusivo de Deus em favor da sua própria vontade de libertar seu povo das mãos dos filisteus.

B – Elias e a viúva de Serepta (1 Reis 17)
Durante o ministério do profeta Elias citado no capítulo 17 vemos algumas manifestações importantes de dons. O profeta entrega a mensagem de que irá parar de chover por um tempo (v.1), após isso é enviado por Deus para fazer o milagre da multiplicação do azeite na casa de uma viúva (v.9) à qual ressuscitou o filho depois de um tempo (v.23,24).

Todos estes dons serviram ao propósito do Senhor quanto ao pecado de Acabe e ao da viúva quanto à falta de alimento uma vez que o Senhor iria usar ela para alimentar o profeta.

C – Isaías, o profeta do Messias
Isaías é um dos profetas mais lidos no Antigo Testamento, não em vão, uma vez que sua literatura revela de forma quase poética a insatisfação de Deus com o povo de Israel e o que Ele faria para resolver o maior problema do seu povo.
“Israel, porém, será salvo no Senhor com uma eterna salvação. Vós não sereis envergonhados nem confundidos por toda a eternidade.” (Isaías 42.17)

Nele vemos o dom da profecia sendo usado para trazer uma mensagem de Deus ao povo, e isso é acompanhado por outros profetas da Bíblia com a finalidade óbvia de beneficiar o seu povo com a possibilidade do arrependimento e a certeza da salvação.

O uso dos dons e a manifestação do Espírito Santo

Vimos 3 exemplos repletos da manifestação do Espírito e consequentemente da vontade de Deus. Um dom é a manifestação do próprio Deus (1 Co. 12.7) dentro do seu povo. Sansão com o dom da força, Elias de profecia, milagres e ressurreição e Isaías com o de profecia. Ambos mostram manifestações do mesmo Espírito citado em 1 Coríntios em épocas e formas diferentes, de forma que seria insensato negar que Deus dá dons aos seus servos a favor da sua própria vontade, que sempre foi perfeita e agradável e isso sempre veio de encontro com o bem estar do seu povo. Antes de tudo, porém, vemos a vontade de Deus sendo realizada a partir de servos escolhidos. Porém, de Sansão a Elias não vemos mais o dom da força usada para livrar o povo de Israel e em Sansão não vemos o dom de ressuscitar mortos como vemos em Elias e em Elias e Isaías vemos o dom da profecia que sempre foi entregar uma mensagem de Deus ao homem.

Fica muito claro que um dom pode ou não ser usado numa época ou épocas diferentes de acordo com os relatos bíblicos, como explicar isso? Será que Sansão não poderia ter pedido o dom de profecia para livrar o seu povo das mãos dos filisteus? A resposta a estas perguntas precisa ser considerada, Deus não usou e não usa os mesmos dons sem necessidade. Logo, foi da sua única vontade usar Sansão com o dom de força e Isaías apenas com a profecia e isso apenas porque para Deus não houve necessidade, Ele não quis que fosse assim. Elias, porém, foi usado uma única vez para exterminar os profetas de Baal, o que mostra claramente que apesar de um dom não ser mostrado claramente não significa que Deus não possa fazer, apenas fica nítido na história que Ele não o quis realizar.

Temos no Novo Testamento diversos dons ou manifestações do Espírito Santo, porém, não me refiro aqui aos milagres de Jesus pois, ele mesmo é o dom de Deus, portanto quando curava alguém fazia como quem tem o direito de corrigir algo que ele mesmo criou. Jesus não foi um homem que se batizou para receber dons, ele era enquanto homem a própria manifestação de Deus na terra. Logo, usar ele como exemplo de dons seria inviável uma vez que todas as coisas foram feitas por ele e para ele (Rm. 11.36). Mesmo afirmando que faríamos coisas maiores do que ele fez em João 14.12, sabemos que não houve ninguém como Jesus e não haverá jamais. Ele ressuscitava com autoridade pois Ele mesmo é a vida (Jo. 11.25) e julgava como quem realmente tem o direito pois ele mesmo é o juiz (Jo. 5.26,27).

Muitos vão lembrar dos apóstolos que num período de tempo demonstraram o pode de Deus para algum propósito específico, sabemos que foi para que o evangelho tomasse as devidas proporções, propósitos estabelecidos por Deus e para cumprir a sua própria vontade como por exemplo o dia de pentecostes como cumprimento da profecia citada pelo Apóstolo Pedro em Atos 2.16-21. Todo o evento acontece para que a profecia pudesse ser cumprida. Ou como em Atos 10.44-48 onde vemos que a mensagem de salvação seria entregue de forma completa aos que estavam fora da nação como profetizado pelo próprio Jesus em João 10.16, compare:

Atos 10.44-48: “Enquanto Pedro falava ainda estas palavras, o Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a palavra. E surpreenderam-se os que criam na circuncisão, os muitos que vieram com Pedro, pois também sobre os gentios havia sido derramado o dom do Espírito Santo. Porque eles os ouviam falar em línguas, e magnificar a Deus. Respondeu então Pedro: Pode algum homem impedir a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo? E ele mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, pediram-lhe que ficasse com eles por alguns dias”
João 10. 14-16: “Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece, também eu conheço o Pai; e eu dou a minha vida pelas ovelhas. E eu tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho, e um pastor”

Todas manifestações do Espírito em favor da vontade de Deus e do seu povo, porém não vemos mais no Novo Testamento o dom de força, até mesmo o dom de ressurreição já era bem menos usado e o dom de línguas estrangeiras manifestadas no pentecostes também parecem ter cessado no mesmo período de tempo. Isso significa que o Espírito perdeu seus “poderes”? Claro que não, essas coisas não aconteciam mais porque não era necessário que acontecessem.

Os dons em Corinto

Então voltamos a Corinto, uma igreja que claramente buscava mais os dons de línguas desconhecidas, seja de anjos ou homens, do que o dom de profetizar (entregar a palavra de Deus) ou mais os dons do que o amor ao próximo (agapēn). Com este contraste gigante que Paulo faz no capítulo 13 fica nítido que eles buscavam dons que aparentemente eram “santos” ou bonitos, e ignoravam o que significava ter um dom. Estavam atrás do que parecia ser superior e ainda sem julgar se uma manifestação era ou não de Deus, mas Paulo os adverte quanto a isso. Como sabemos isto? Veja a lista a seguir:

A – Julguem as manifestações: 1Co. 12.1-3;
B – Todos os dons são importantes: 1Co. 12.17-25;
C – Existem dons mais úteis do que outros: 1Co. 12.28;
D – O dom da língua estranha não era o mais importante: 1Co. 14.1-5;
E – O amor é o dom supremo e símbolo de maturidade espiritual: 1Co. 13.

Mas, olhem que interessante, aqui não é citado o dom de ressuscitar, por que? Porque para a edificação da Igreja este dom não era mais necessário. Ele havia cessado. Não significa que Deus estava impedido de realizar, apenas que Ele não quis fazer disso um dom a ser buscado.

Mas, afinal de contas, como se edifica uma igreja nos tempos de Paulo? O próprio texto em 1Co. 12.28 nos traz uma resposta plausível. Acompanhe:

A – Seguindo os conselhos dos apóstolos da igreja, os quais teriam de ser escolhidos a partir daqueles que andaram e ouviram Jesus pessoalmente como descrito em Atos 1.21,22;
B – Buscando o dom da profecia e exercendo ele a favor de toda a comunidade de fé como citado em 1Co. 14.3, este dom poderia ser usado tanto com a comunidade quanto àqueles que ouviriam o evangelho;
C – Buscar o dom de mestre para que o povo pudesse ser ensinado com clareza e de acordo com o que a Palavra de Deus ordena;
D – Usar os dons menores para servir diretamente às necessidades da comunidade de fé, os anteriores foram e ainda são usados para a evangelização e ensino, estes últimos: Milagres, cura, ajuda, governar e diversidades de línguas poderiam ser usados como suporte aos novos convertidos fazendo com que a igreja pudesse de fato ser edificada ou seja, erguida ou construída.


E hoje? O que concluímos?

Certa vez Jesus disse: “Agora, aprendei uma parábola da figueira: Quando seu ramo estiver ainda tenro, e brotarem folhas, sabeis que o verão está próximo” (Mt. 24.32) orientando aos discípulos que observassem os acontecimentos a fim de saber o quão próximo estava o seu retorno. O mesmo deve ser feito por nós hoje para que compreendamos bem onde estamos na história dos últimos dias.

Antes de usar estas palavras Jesus citou 6 vezes as manifestações de falsos profetas que enganarão a quase todos (Mt. 24.5,11,15,23,24,26). Em quase todas as cartas enviadas às igrejas é tratado o assunto e em Apocalipse ele é revelado a João com mais detalhes. Isto mostra que os últimos dias da Terra será de ilusões, dias ou séculos em que muitos tentarão nos enganar e fazer com que o crescimento do Reino de Deus seja prejudicado. No final do evangelho de Mateus Jesus os orienta claramente:
“Portanto, ide, ensinai a todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco sempre, até o fim do mundo. Amém” (Mt. 28.19,20).

Paulo orienta a igreja de Corinto à prática da pregação da palavra de Deus, não ignorando o dom de língua, mas pedindo que dessem mais atenção à pregação do que a ele, como leremos abaixo:

“Segui a caridade, e desejai os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis. Eu quero que todos vós faleis em línguas[glṓssa]; mas antes que profetizeis, porque maior é o que profetiza do que o que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja receba edificação” (1Co. 14.1,5).

“Portanto, irmãos, desejai arduamente profetizar e não proibais falar em línguas [glṓssa]. Todas as coisas sejam feitas decentemente e com ordem” (1Co. 14.39,40).

O texto bíblico mostra claramente que ensinar a palavra de Deus é o dom mais importante da igreja nos últimos dias, Paulo não nega que tenha existido o dom de línguas [glṓssa], mas, claramente não vemos mais o Espírito usando pessoas com este dom como no dia de Pentecostes ou como o apóstolo citou na carta, assim como não vemos mais pessoas sendo ressuscitadas ou com força superior. Precisamos ser honestos conosco para aceitar esta verdade, são verdades óbvias que tem sido negadas.

Mas, por que Paulo coloca o dom de profetizar tão acima em valor do que os outros? Porque a única forma de proteger a igreja das heresias dos falsos profetas é de fato o conhecimento da palavra de Deus! Num período de constantes ataques à igreja, apenas a compreensão e o ensino são usados para proteger os crentes das mentiras pronunciadas ou dos falsos milagres praticados por eles. Enquanto isso, os crentes em Corinto estavam querendo falar em outras línguas.

Isso fica muito mais fácil de entender quando lemos Paulo citando o evangelho como poder de Deus para a salvação em Romanos 1.16 e loucura para os que se perdem em 1 Coríntios 1.18. Ora, podemos impressionar e até mesmo ajudar pessoas com alguns destes dons, mas é a manifestação da Palavra de Deus que leva o homem à salvação.

Como resolver o problema do continuísmo?

Antes de tudo é preciso afirmar que nenhuma tese faz com que Deus mude os seus planos. Isto porque o Espírito Santo não está sujeito ao que achamos ou à igreja, é muito pelo contrário, como citamos nos textos mais antigos.
Outra coisa que precisamos aprender é que Deus não está sujeito ao continuísmo ou cessacionismo, Ele faz o que quer e da forma que acha melhor, por isso somos nós que precisamos nos ajustar à sua vontade.
Em terceiro lugar precisamos aprender que o amor ao próximo, o agapēn, deve ser buscado com maior afinco, Paulo ensina em 1Co. 13.11 como algo que define o cristão maduro na fé.

Quanto ao dom de línguas precisamos ser maduros também. Por que as línguas estrangeiras (glṓssa), que visa apenas o bem de quem fala citado com tanta clareza cessaram, mas as línguas de anjos que pouco é mostrada ainda não?! (1Co. 14.4).
E ainda, se a intenção dos dons é a edificação da igreja, por que não vemos pessoas felizes e orgulhosas em receber os seguintes dons: mestre, ajuda e governo? Uma vez que exercê-los demonstraria amor ao nosso próximo! Haveria o próprio dom do amor cessado? Creio que não completamente.

Não seria uma fixação por dons aos quais Paulo claramente adverte não buscar com tanto afinco uma forma de desobediência à própria Palavra de Deus? Desobedientes não costumam ser vistos com bons olhos Ele.

Enfim, os dons de Deus à sua igreja são como armas e Ele continua dando, nem todos como podemos notar, mas os que definiu ser mais úteis ele tem dado a quem os busca. Sei que é difícil aceitar algumas coisas, eu mesmo cria ter o dom de visão quando criança, mas precisamos considerar tudo para que não enganemos uns aos outros e a nós mesmos.

Que o Espírito do Senhor te oriente neste sentido, amém!

Devair S. Eduardo

Bibliografia

Texto bíblico: KJF – King James Fiel 1611
1 - Leandro A. de Lima – Razão da Esperança – Editora Cultura Cristã

Definições usadas:

1100 - glṓssa
Definição curta: a língua, uma língua, nação
Definição: a língua, uma língua, uma nação (geralmente distinguida por seu discurso).

26 - agápē
Curta Definição: amor
Definição: amor, benevolência, boa vontade, estima; plur: festas de amor.

*Dicionário Strong inglês

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