Iremos ao inferno?
A pouco mais de um ano esta questão me deixava tão
desnorteado que tremia só de imaginar a resposta. A pergunta correta que
caberia aqui é: “se recebemos a salvação, perderemos para ir ao inferno?”
Certamente ainda sem respostas claras quando temos ambos os textos bíblicos
mostrando os dois lados de uma só moeda, salvação.
Mesmo sendo de uma doutrina calvinista e aceitando que nossa
salvação não pode ser perdida nem mesmo comprada, recebemos ela com um dom, um
presente de Deus, eu não fecho essa questão por conhecer os dois textos
bíblicos, as duas visões. Creio que uma boa conclusão usando os dois lados
seria o mais viável para chegarmos a um ponto final, ou um começo, não sei. De certo
os textos são bem claros a respeito da salvação recebida de Deus. Citarei alguns
abaixo comentando um pouco do seu contexto:
Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. (João 3.14-17 - NVI).
O importantíssimo texto muito usado para afirmar a salvação
a todos os que creem nas palavras de Jesus se passa durante um diálogo entre
Jesus e Nicodemos a respeito de um dos aspectos mais importantes sobre a
salvação, que nem sempre é lembrado quando o texto é citado. Seguindo o ensino
de Jesus a Nicodemos nesta parte da história temos duas questões importantes. A
primeira, seguindo a sequência do Mestre, diz respeito ao que fazer para ser
salvo e a segunda se refere à missão do nosso Mestre Jesus que segundo o mesmo
precisamos por obrigatoriedade nascer de novo, o que despertou diversas
questões na cabeça de Nicodemos sem as quais não saberíamos as respostas. Neste
ponto sabemos de forma direta e sem dúvidas que nasceremos de novo antes de
chegarmos ao céu. E esta questão chamou a atenção de Nicodemos tendo em
resposta o fato de que sem nascer de novo, da água (Batismo humano) e do espírito
(Batismo espiritual) nunca chegaremos ao céu. Colocando a conversa entre os
dois em ordem teríamos os passos para alcançar a salvação através do fato de
ter crido em Jesus, ter mostrado isso publicamente em um batismo humano e ter alcançado
uma mudança espiritual verdadeira em Jesus. Revela ainda por dentro do texto
que a missão de Jesus é justamente vir na Terra fazer esse acesso possível ao
ser humano, porém levanta outras questões.
Seria essa missão apenas de pregar o
evangelho aleatoriamente aos seres humanos e deixar que eles mesmos façam suas
escolhas? A aposta de Deus estaria no fato de esperar que alguns acreditem em
Jesus enquanto outros se recusem a aceitar um lugar no céu? Ou Jesus estaria
vindo abrir a possibilidade para que os seus filhos tivessem acesso ao seu reino?
Se a ultima opção for a verdadeira, o ser humano, filho de Deus, poderia perder
o posto de salvo e ser enviado ao inferno? Seguiremos nesta direção, mas antes
veremos textos de Jesus onde pessoas são mandadas ao inferno, apenas alguns
exemplos.
"Eu lhes digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus.
Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes". (Mateus 8.11,12 – NVI)
Depois Jesus foi pelas cidades e povoados e ensinava, prosseguindo em direção a Jerusalém.
Alguém lhe perguntou: "Senhor, serão poucos os salvos? " Ele lhes disse:
"Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão.
Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo: ‘Senhor, abre-nos a porta’. "Ele, porém, responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês’.
"Então vocês dirão: ‘Comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas ruas’.
"Mas ele responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal! ’
"Ali haverá choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, mas vocês excluídos.
Pessoas virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e ocuparão os seus lugares à mesa no Reino de Deus. (Lucas 13.22-29 – NVI)
Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes". (Mateus 8.11,12 – NVI)
Depois Jesus foi pelas cidades e povoados e ensinava, prosseguindo em direção a Jerusalém.
Alguém lhe perguntou: "Senhor, serão poucos os salvos? " Ele lhes disse:
"Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão.
Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo: ‘Senhor, abre-nos a porta’. "Ele, porém, responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês’.
"Então vocês dirão: ‘Comemos e bebemos contigo, e ensinaste em nossas ruas’.
"Mas ele responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal! ’
"Ali haverá choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, mas vocês excluídos.
Pessoas virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e ocuparão os seus lugares à mesa no Reino de Deus. (Lucas 13.22-29 – NVI)
Dois textos importantes sobre o inferno, palavras ditas
pelo próprio salvador que ainda hoje confunde muitas pessoas. O primeiro texto
dito no momento em que um importante centurião crê que sua filha será curada
apenas pela palavra de Jesus. Fato que talvez tivesse sido isolado e sem
sentido não fosse pelo detalhe de que este centurião era pagão aos olhos dos
judeus, ele aparentemente não seria salvo e Jesus aproveitou a oportunidade
para lembrar que outros povos ouviriam suas palavras e seriam salvos por ela
enquanto os filhos do Reino seriam postos para fora por não crer nas palavras
do Mestre. Mas se este texto revela que Jesus estava tentando convencer os
judeus de crer em suas palavras ao mesmo tempo em que mostrava a fé de outros
povos, porque este fato já havia sido revelado há Isaías muito tempo atrás?
Estaria Jesus querendo modificar uma revelação dada por ele mesmo ou ele estava
mostrando que suas palavras eram verdadeiras no passado, presente e no futuro?
Leia Isaías 2.2,3;6:
Leia Isaías 2.2,3;6:
“Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido
como o principal; será elevado acima das colinas, e todas as nações correrão
para ele. Virão muitos povos e dirão: “venham, subamos ao monte do Senhor, ao
templo do Deus de Jacó, para que ele nos ensine os seus caminhos, e assim
andemos nas suas veredas” Pois a lei sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra
do Senhor. – 6. Certamente abandonastes o teu povo, os descendentes de Jacó,
porque eles se encheram de superstições dos povos do leste, praticam
adivinhações como os filisteus e fazem acordos com pagãos.” – NVI
Certamente um enigma. Pessoas que eram partes deste “reino”
sendo colocadas para fora enquanto outras que estavam fora do Reino tomando os
lugares vazios. Lidos da maneira errada certamente colocaria Deus como um ser
cruel e frio, que calcula o dano e não sente remorso. Porém não é bem assim que
o texto nos apresenta a real situação. O contexto destas profecias mostra que
Deus estaria aberto a todas as nações, não somente aos filhos de Jacó, ainda
que não temos uma data em que isso começa a valer já que o Velho Testamento
mostra claramente Deus priorizando o seu povo. Aqui e hoje ele está acessível a
todos os povos da Terra, cumprindo assim a profecia de Isaías e as palavras de
Jesus. Acontece que estas palavras são acompanhadas de um compromisso que os
judeus da época de Jesus não quiseram assumir, como não o querem hoje. Ele está
mostrando que nascer judeu ou ser filho de Jacó não lhes garante a salvação,
que não eram estes atributos buscados por Deus. Acrescentando a este enigma ele
declara que tais pessoas eram desconhecidas para ele, ou seja, eles tinham
nacionalidade, haviam visto o mestre e comido com o mestre, mas não pertenciam
ao Mestre. E ainda que “muitos procurarão
entrar e não conseguirão”.
Estes, os que cometem injustiça não são conhecidos de Deus. Conectado
a este sentido a Bíblia de estudo Palavra Chave trás a seguinte definição para
o termo “iniquidade” ou “pecado” e “injustiça”: “esta impiedade ou injustiça é
vista, mais particularmente, na negligência ao Deus verdadeiro e às suas leis e
na adesão ao mundo ou à idolatria”. Temos então um norte, sabemos até agora
que, Jesus veio para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna, sabemos
que a missão de Jesus foi a de ser caminho para a salvação e que tais pessoas
não herdariam o reino de Deus por méritos humanos, esta salvação será dada por
Deus e através de Jesus. Vemos também que aqueles que praticam o pecado, talvez
por consentimento próprio, mesmo conhecendo a verdade e vendo a verdade, não
estarão no Reino de Deus e estes são desconhecidos de Deus. Porém, há um
momento em que eu decido ser do Reino e depois por minha própria vontade decido
sair e pertencer ao inferno? Poderia um salvo fazer tal escolha? Creio que não.
O contrário talvez. Se Jesus é o nosso mestre e caminho para o Céu, poderia eu
ir e vir a hora que eu quiser escolhendo ser e não o filho de Deus? Entrar no
céu sem pagar o preço? O reino dos céus certamente seria uma bagunça, tamanha
desorganização com relação a quem entra e sai e as opções de entrar e sair a
hora que quiser, certamente não é digno de um Deus. E isto não define nossa
questão.
A palavra que ressoou em minha cabeça no meio de tantos
textos é “conhecer”, logo ali em cima Deus diz que nunca conheceu as pessoas
que vivem dessa maneira. Achando que o céu pode ser rejeitado hoje e aceito
amanhã, ou aceito hoje e rejeitado amanhã. Eles são as pessoas que tentarão
entrar, mas não conseguirão e estes irão ao inferno. Caso estes fossem os únicos
textos teríamos um problema, as questões se multiplicariam e tornaria
impossível de entender sobre salvação. O certo é que a questão não é simples,
mas ainda assim não está sem respostas, há ainda mais textos sobre os salvos, sobre
aqueles que irão morar com Deus em seu Reino, são alguns deles:
“Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte
para a vida. Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os
mortos ouvirão a voz do filho de Deus, e aqueles que a ouvirem viverão” (João
5.24-25 – NVI) e anteriormente ele diz: “Como o Pai ressuscita os mortos e os
faz viver, também o filho dá a vida a quem quer.” (v. 21 – BJR) e ainda:
“Todo aquele que o pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.” (João 6.37-39 – NVI) e mais:
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que e enviou, não atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: ‘todos serão ensinados por Deus’. Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim. – Asseguro a vocês que aquele que crê têm a vida eterna.” (João 6.44-45; 47 – NVI)
“Todo aquele que o pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.” (João 6.37-39 – NVI) e mais:
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que e enviou, não atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: ‘todos serão ensinados por Deus’. Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim. – Asseguro a vocês que aquele que crê têm a vida eterna.” (João 6.44-45; 47 – NVI)
Diante destas afirmações temos grandes informações sobre os
filhos, ou seja, estamos tentando definir se um salvo vai ou não para o inferno
e até agora vemos textos mostrando pessoas que achavam serem filhos quando na
verdade negavam Jesus, assim sendo, elas irão ao inferno, mas ainda não
encontramos de fato a informação de que os salvos perderão a salvação e quanto
mais textos eu coloco na mesa menor fica as chances de isso acontecer. Os três
textos acima mostram que aqueles que ouvem a palavra e crê no filho de Deus
serão salvos, não perderão a condição de filhos nunca. São considerados como
mortos que são ressuscitados por Jesus. Estes são os que creem e Deus e guardam
as suas palavras, estarão sempre vivos e vencerão a morte. Como lemos acima
eles passaram da morte para a vida, vida eterna. Os textos mostram ainda que
Jesus nos recebeu do Pai, não fomos nós quem o escolhemos, foi Deus e o fato de
Jesus ter vindo para a missão de abrir essa possibilidade define tudo porque
mesmo que tivéssemos sido escolhidos antes da fundação do mundo nós não
poderíamos simplesmente escolher a vida ou a morte porque o pecado não nos
deixa fazer tal escolha e nos deixou em estado de mortos para Deus. Se estamos
vivos não queremos jamais escolher a morte! E se estávamos mortos quais
escolhas nós tínhamos? Tais palavras foram afirmadas por Jesus novamente em
João 10 conforme lemos abaixo:
“O porteiro abre-lhe a porta , e as ovelhas ouvem-lhe a voz.
Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir
para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque
conhecem a sua voz.” (V. 4,5) e ainda: “Eu sou o bom pastor, o bom pastor da a
vida pelas suas ovelhas” (V.11) e mais diretamente porque os discípulos não
entendiam o que ele estavam dizendo: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas
ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e
dou a minha vida pelas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco.
É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só
rebanho e um só pastor.” (V. 14-16 – NVI)
A salvação torna-se, portanto algo tão pessoal, intimo e
importante entre Deus e o salvo que seria impossível definir se, uma pessoa é
ou não salva ou se uma pessoa vai ou não para o inferno. Isto porque o máximo
que conseguimos supor é se vamos ou não ao inferno e o máximo que um filho,
alguém salvo por Jesus consegue fazer nesse sentido é o que Jesus ensina na
parábola do filho pródigo onde vemos um filho salvo saindo, sofrendo as duras
penas deste mundo e se arrependendo no final trágico que o mostrou o melhor
lugar para se viver e sendo recebido pelo pai novamente.
E você, ainda em dúvida se é ou não, se vai ou não? É bem
possível que a simples consciência do mal, do pecado e o medo de todo o
desenrolar disso tudo seja suficiente para lhe mostrar que você possivelmente é
um filho de Deus. Se isso lhe assusta, se se sente incomodado pela maneira como
sua vida está caminhando é possível que Deus esteja lhe chamando para esta incrível
intimidade da salvação, basta dar ouvidos a Ele e atender o seu chamado!
Fato é que, um filho de Deus nunca perderá a vida eterna,
alguém que ouviu a sua voz e está nos seus caminhos jamais será lançado para
fora. Mesmo assim devemos temer esse grande Pai, porque mesmo com este
conhecimento sabemos que: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o
reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem
adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos e, nem ladrões, nem avarentos,
nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o reino de Deus.”
(I Corintios 6.9,10 – NVI)
Estar atentos a nossa vida é importantíssimo para chegarmos a Deus e conhecer estas verdades e ignorar o fato de que quem pratica tais atos não serão salvos é tolice e demonstra que tal pessoa ainda não entendeu o sentido da sua salvação e portanto não pode garantir nada em relação a ela.
Estejamos atentos, alegrem-se na sua salvação, mas ainda
assim não se deixem levar pelos pecados que circulam nossos dias.
Em Cristo, amém!
revisão 26/01/2017
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